Como a própria National Geographic já trouxe em outros artigos, a erva-mate (Ilex Paraguariensis) é uma árvore nativa da América do Sul que, na natureza, pode atingir uma altura de 12 a 16 metros e é cultivada na zona subtropical da região.
Suas folhas são usadas para fazer várias infusões muito populares e consumidas pelos povos sul-americanos, como o chimarrão, o tereré ou o mate cozido (semelhante a um chá). As origens da erva-mate remontam ao povo indígena guarani (que antigamente estavam presentes no território desde a Amazônia até o Rio da Prata) e sua história é muito antiga.
Acredita-se que o costume de consumir a erva-mate em infusões seja um legado direto do povo guarani que se estabeleceu na região ao longo do tempo, como diz a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Como aponta um artigo publicado pelo Ministério da Cultura da Argentina em seu site oficial, os primeiros consumidores (e guardiões) da erva-mate foram os indígenas guarani.
Eles usavam suas folhas como bebida, objeto de adoração e moeda. "Para esses povos, a árvore da erva-mate era, acima de tudo, um presente dos deuses", reconhece a organização argentina.
Segundo a Unesco, é certo que a erva-mate era o elemento-chave da dieta dos guaranis, cuja tribo se estendia pelo território em torno dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
Os guaranis usavam uma cabaça para preparar as folhas de erva-mate e as filtravam usando os dentes ou um canudo perfurado (como um antecedente da atual “bombilla”), um tacuapi (cana de bambu) feito de cestaria de tacuara (varas de bambu) como filtro, explica Alejandra Lapietra, uma sommelier argentina especializada em mate em um artigo da National Geographic dos Estados Unidos intitulado “What is yerba mate-and is this caffeinated drink really good for you?” (O que é a erva-mate – essa bebida cafeinada é realmente boa para você?, em tradução livre para o português)
Outros grupos indígenas, como os charrúa do Uruguai e os tupi-guaranis do Brasil, mastigavam as folhas por seus benefícios fitoterápicos.
Quando os missionários jesuítas chegaram ao Paraguai no século 17, proibiram seu consumo por considerá-lo um hábito prejudicial à saúde. No entanto, a proibição terminou por volta de 1630, observa o artigo norte-americano.
A partir de então, acrescenta a Unesco, a extração e a venda da erva-mate tornaram-se uma das principais atividades socioeconômicas da então colônia onde hoje é o Paraguai.
Atualmente, a erva-mate é um produto de grande consumo e que faz parte da cultura e da economia do Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina. No entanto, ela também é buscada em outros países da América Latina e, recentemente, foi exportada para países europeus e asiáticos, de acordo com a Unesco.
A organização destaca que a erva-mate é parte essencial da rotina alimentar das pessoas da região, independentemente de sua classe social e localização no território. Além disso, sua relevância para a população local se reflete em inúmeras manifestações culturais, como músicas, danças, poesias, histórias, mitos e lendas.