Uma mania do TikTok que surgiu há pouco tempo estava me dizendo que as pessoas querem saber o que os homens imaginam quando pensam no Império Romano. Ao contrário da maioria das tendências da internet, essa não me parece nem um pouco estranha. Mas, por outro lado, é meu trabalho pensar em Roma.
Para entender melhor essa história é importante saber que não é uma coisa só. São muitos fatores que explicam essa tendência.
É difícil ler uma pergunta como essa e não se lembrar imediatamente daquela cena da comédia “A Vida de Brian” em que John Cleese grita: “O que os romanos fizeram por nós?” e todos os judeus descontentes contam uma série de grandes conquistas romanas – o aqueduto, o saneamento, as estradas, a medicina, o vinho... É uma piada magnífica, mas é engraçada porque é verdadeira.
Então, com certeza, são conquistas incríveis, mas acho que há outro motivo pelo qual elas continuam a repercutir: elas ainda estão aqui. É porque ainda podemos ver e interagir com aquedutos, estradas, monumentos, templos, teatros e estádios, obras de arte e literatura.
Não se trata de uma cidade perdida ou de um povo desaparecido. Os remanescentes dessa cultura estão por toda parte, esperando sempre para serem conhecidos e reconhecidos.
E você não precisa ir para a Itália para vê-los (embora isso seja muito bom). Eles estão por aí na Grã-Bretanha, na Europa, na África e na Ásia Ocidental.
Muitos dos homens que conheço e que estão pensando bastante sobre a Roma antiga parecem estar mais interessados em duas coisas: engenharia e forças armadas. E a História de Roma tem essas coisas em abundância. Roma marchou por um vasto território, criou um império e, em seguida, implantou grandes obras públicas por toda parte que precisavam ser defendidas.
Portanto, Roma está repleta de grandes projetos – como os templos, as estradas e os aquedutos – que exigiam não apenas um projeto inovador, mas também uma força de trabalho grande e complexa. Pensar em quem, o quê, quando e onde construir essas coisas e depois replicar isso em todo o Império Romano com a tecnologia existente da época? É um exercício de reflexão muito divertido.
O mesmo vale para a força militar – como organizar, disciplinar, armar, vestir e alojar suas forças em todo o Império – às vezes em territórios hostis? Se você fosse colocado no meio do Império Romano, como faria isso? Como seria sua vida?
As informações sobre o Império Romano são muito acessíveis. Não há escassez de material daquela época para consumir. O imperador Júlio César escreveu comentários detalhados sobre suas campanhas, mas lembre-se de que ele os escreveu para consumo público. Eles fornecem uma janela incrível para o que César achava que os cidadãos romanos consideravam importante na época.
Se quiser algo mais pessoal, há ainda as “Meditações de Marco Aurélio”, que foi um diário que ele manteve quando lutava contra tribos germânicas no Danúbio. Ele está repleto de conselhos para si mesmo e ainda hoje é considerado um livro de autoajuda popular.
Os homens romanos gostavam de escrever e escreveram muito, e com o tempo. As pessoas obcecadas por Roma também escreveram muito sobre eles e sua época. Os fundadores dos Estados Unidos eram um desses grupos, eles adotaram pseudônimos romanos ao escrever seus panfletos e artigos de opinião do século 18.
Por exemplo, os autores dos Federalist Papers publicaram sob o pseudônimo de "Publius", em homenagem a um fundador da República Romana. Eles leram o “Declínio e Queda do Império Romano”, de Edward Gibbon (Volume I publicado em 1776!) e temiam que sua república seguisse o destino do licencioso Império Romano.
Essa tendência continua a se manifestar em toda a história dos EUA e do mundo até os dias de hoje. Portanto, não se trata apenas de uma coisa de homens.
Portanto, engenharia, força militar e literatura. O que mais chama atenção no Império Romano?
No fundo, acho que o Império Romano continua popular – tanto entre homens quanto entre mulheres – por um motivo muito mais básico: o Império Romano é repleto de boas histórias. Os livros, as séries TV e streamings e filmes estão repletos delas: Ben Hur; Cleópatra; Júlio César; Gladiador; a série Roma, entre outros.
Situações convincentes, intrigas políticas, famílias disfuncionais e um império em crescimento como pano de fundo – não pensamos nisso o tempo todo em nossa ficção? Nossa História também está repleta delas. E acho que ela é ainda mais atraente porque não é inventada. Ela realmente aconteceu.