A cerveja é uma bebida fabricada e consumida há milênios, enraizada em uma série de tradições culturais, dependendo do local onde é produzida, afirma a Enciclopédia Britannica, plataforma de dados educacional com sede no Reino Unido.
A bebida de cor dourada, embora às vezes translúcida ou opaca, é produzida a partir de uma variedade de matérias-primas, fervidas com água e decompostas. Durante séculos, uma lei alemã manteve um padrão de ingredientes ao qual os fabricantes de cerveja tinham de aderir para poderem comercializar a bebida (leia mais abaixo).
(Leia mais: Os animais ficam bêbados?)
A Britannica menciona o surgimento "acidental" da cerveja em diferentes partes do mundo. Os aldeões da Suméria e da Babilônia usavam cevada para fazer cerveja antes de 6.000 a.C. Hieróglifos egípcios fornecem até mesmo pistas sobre o tratamento dado à cevada em suas culturas, que remontam a 2.400 a.C.
Os egípcios germinavam a cevada, esmagavam-na, misturavam-na com água e armazenavam o resultado em forma de bolo seco. "Quando quebrados e misturados com água, os bolos produziam um extrato que era fermentado por microorganismos acumulados nas superfícies dos recipientes de fermentação", explica a enciclopédia.
Enquanto isso, as técnicas básicas de fabricação de cerveja chegaram à Europa vindas do Oriente Médio durante o século 1 d.C. Os historiadores romanos Plínio e Tácito descrevem em seus escritos que os saxões, os celtas e as tribos nórdicas e germânicas bebiam cerveja. Por sua vez, a Britannica afirma que muitos dos termos ingleses usados na fabricação de cerveja são de origem anglo-saxônica.
Durante a Idade Média, surgiu a arte de fabricar a bebida dourada, que era produzida principalmente pelas ordens monásticas da época. Os registros da Britannica estimam que a Alemanha já fabricava cerveja com lúpulo no século 11 e que os holandeses introduziram a cerveja no Reino Unido no século 15.
(Talvez você tenha interesse em: Por que você fica de ressaca depois de beber álcool?)
Por último, mas não menos importante: a Revolução Industrial. Esse avanço tecnológico mercantil introduziu a mecanização e a aceleração do processo de fabricação de cerveja primeiro na Grã-Bretanha e depois no resto do continente.
Diversas personalidades de destaque contribuíram com seus estudos para o progresso tecnológico da cerveja. Louis Pasteur, menciona a Britannica, estabeleceu em 1860, a partir de suas pesquisas, muitas práticas microbiológicas que ainda hoje são usadas na manipulação de leveduras na cerveja.
Na Alemanha, há uma lei que define o que é e o que não é cerveja de acordo com os ingredientes, diz a Britannica. São eles: malte de cevada, lúpulo, levedura e, é claro, água. Em 2016, a famosa Lei da Pureza de 1516 (Reinheitsgebot, em alemão) completou 500 anos, e esse decreto definiu a cerveja como a bebida que conhecemos hoje.
Era primavera de 1516 e o duque da Baviera, na cidade de Ingolstadt, emitiu um decreto "proibindo os cervejeiros de usarem qualquer coisa que não fosse lúpulo, cevada e água em suas cervejas", informa um artigo da National Geographic.
Antes, durante milênios, os fabricantes de cerveja usavam uma variedade de ingredientes e ervas para dar um novo sabor à cerveja. De resina de pinheiro a mel e frutas para adicionar doçura e mascarar o amargor da bebida, continua o artigo.
A lei pode ter tido outras motivações, como proteger os cervejeiros da Baviera da concorrência internacional, além de impedir que outros ingredientes fossem utilizados na fabricação da bebida.