Arqueólogos dizem ter encontrado na quinta-feira (26/01) uma múmia coberta de ouro dentro de um sarcófago que não era aberto há 4.300 anos.
Acredita-se que esta múmia, os restos mortais de um homem chamado Hekashepes, seja um dos corpos não pertencentes à realeza mais antigos e completos já encontrados no Egito.
A múmia foi descoberta a 15 metros de profundidade em um cemitério em Saqqara, no sul do Cairo, onde três outras tumbas também foram encontradas.
A maior das múmias descobertas na antiga necrópole pertence a um homem chamado Khnumdjedef — um sacerdote, inspetor e supervisor de nobres.
Outra pertencia a um homem chamado Meri, que era um alto funcionário do palácio com o título de "guardião de segredos", o que permitia a ele realizar rituais religiosos especiais.
Acredita-se que um juiz e escritor chamado Fetek tenha sido sepultado na outra tumba, onde foi descoberta uma coleção de estátuas — provavelmente as maiores já encontradas na área.
Vários outros itens, incluindo artigos de cerâmica, também foram encontrados entre os túmulos.
O arqueólogo Zahi Hawass, ex-ministro de Antiguidades do Egito, afirmou que todas as descobertas datam aproximadamente dos séculos 25 a 22 a.C.
"Esta descoberta é muito importante pois conecta os reis com as pessoas que vivem ao seu redor", diz Ali Abu Deshish, outro arqueólogo envolvido na escavação.
Saqqara foi um cemitério ativo por mais de 3 mil anos — e é um Patrimônio Mundial da Unesco. Está localizada no que era Mênfis, antiga capital egípcia, e abriga mais de uma dúzia de pirâmides — incluindo a Pirâmide de Degraus, perto de onde a múmia foi encontrada.
A descoberta aconteceu um dia depois de especialistas em Luxor, no sul do país, anunciarem ter encontrado uma cidade residencial completa da era romana, que remonta aos séculos 2 e 3 d.C.
Os arqueólogos encontraram edifícios residenciais, torres e o que chamaram de "oficinas de metal" — contendo vasos, ferramentas e moedas romanas.
O Egito revelou uma série de grandes descobertas arqueológicas nos últimos anos, como parte dos esforços para revitalizar sua indústria do turismo.
O governo espera que o Grande Museu Egípcio, previsto para abrir neste ano após atrasos, atraia 30 milhões de visitantes por ano até 2028.
No entanto, os críticos acusam o governo do Egito de priorizar as descobertas midiáticas em detrimento de pesquisas acadêmicas complexas, a fim de atrair mais turismo.