Na última semana, os preços da soja dispararam no mercado doméstico, impulsionados por uma série de fatores que elevaram a demanda e as preocupações com a produtividade na safra brasileira 2023/24. Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a combinação de uma demanda internacional robusta, a valorização do dólar em relação ao Real e receios sobre a baixa produtividade contribuíram para esse cenário.
As estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a área cultivada com soja deve expandir em 2,3% em comparação com a temporada anterior, alcançando 45,1 milhões de hectares. Entretanto, há um alerta quanto à produtividade, que pode sofrer uma redução de 5,5%, resultando em uma oferta de 149,4 milhões de toneladas, uma queda de 3,4%.
A previsão para o processamento interno de soja em 2024 é de 53,4 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,3%. Por outro lado, as exportações estão projetadas em 94,2 milhões de toneladas, refletindo uma diminuição de 7,6%.
Recorde na exportação de ovos
No segmento de avicultura, o Brasil registrou um desempenho notável em suas exportações de ovos no mês de janeiro, atingindo o maior volume desde agosto de 2023. De acordo com os pesquisadores do CEPEA, esse crescimento significativo foi impulsionado principalmente pelas compras dos Emirados Árabes Unidos, que aumentaram em quase quatro vezes em relação a dezembro de 2023.
Os dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelaram que o Brasil embarcou 1,9 mil toneladas de ovos para consumo apenas em janeiro, um aumento de 104% em comparação com o mês anterior e de 86% em relação ao mesmo período de 2023.
Essa demanda crescente também se reflete no mercado interno, com os preços dos ovos aumentando nos últimos dias. Esse fenômeno é atribuído ao aumento da procura, especialmente devido aos salários e à proximidade da quaresma, um período tradicionalmente associado a uma maior demanda por ovos.
Em Goiás a produção de ovos alcançou 57,3 milhões de dúzias em 2023, consolidando-o como o 8º maior produtor do Brasil nesse segmento.