Segundo o Serasa, os arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares que não possuem propriedades rurais foram responsáveis pelo maior número de pedidos de recuperação judicial, com 39 requisições no primeiro trimestre deste ano. Em contraste, os proprietários rurais de pequeno porte apresentaram 21 solicitações no mesmo período.
Apesar dos números, a Serasa Experian não acredita que o setor agropecuário brasileiro caminha para uma crise setorial. Segundo o head de agronegócio da provedora de crédito, Marcelo Pimenta, os produtores rurais ainda têm alternativas para evitar a necessidade de recorrer à recuperação judicial.
"A renegociação de dívidas ou soluções como o Fiagro Reorg são formas mais amigáveis de retomar a saúde dos negócios. Além disso, movimentos preventivos como o planejamento financeiro para demandantes e o monitoramento de perfil de crédito para credores podem premeditar e evitar a busca pelo recurso", afirma Pimenta.
Inadimplência no agronegócio
Em julho, a Serasa Experian informou que a inandimplência do agronegócio brasileiro atingiu 7,3% no primeiro trimestre de 2024, alta de 0,8 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2023.
As instituições financeiras que concedem financiamento para atividades agrícolas foram responsáveis pela maior parcela de inadimplência, com 6,5% no período. Em contrapartida, os percentuais de proprietários rurais devedores no setor agro e em outras áreas correlatas foram significativamente baixos, com apenas 0,1% e 0,2%, respectivamente.