Durante a quaresma, fiéis tradicionalmente adaptam suas escolhas alimentares para refletir os preceitos religiosos e culturais desse período. Tradicionalmente, exclui-se a carne vermelha e há aumento na procura por aves e peixes. No entanto, neste ano, em Goiás, especialistas apontam que o consumo de proteína bovina e de frango irão se manter, por outro lado a dos ovos será mais procurada.
“A gente percebeu que nos últimos anos, a Quaresma continua tendo um impacto na carne bovina, porém ano a ano ela vem diminuindo muito. O catolicismo vem decrescendo frente às questões evangélicas e assim por diante. A gente percebe que existe ainda, mas não como era no passado” explica Marcelo Penha, analista de mercado do IFAG.
Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo pelos ovos vêm aumentando, porque além das questões religiosas, muitos brasileiros estão incorporando o ovo em sua alimentação diária, impulsionando a procura pelo produto.
“O ano de 2023 registrou um desempenho positivo e agora, em 2024, esperamos confirmar essa tendência, com mais de 56 bilhões de ovos produzidos. Durante a Quaresma, observa-se uma tradição arraigada de substituir a carne vermelha por peixes e outros alimentos. No entanto, neste ano, a procura por ovos como alternativa de proteína está se destacando”, ressalta Ricardo Santin, presidente da ABPA. Segundo a Associação, a estimativa de consumo do brasileiro é de aproximadamente 258 ovos por ano.
De acordo com a Associação Goiana de Avicultura, o consumo de carne frango não deve ter aumento significativo em Goiás, apesar da quaresma. Atualmente o estado tem uma produção anual de 500 milhões de frangos e 2,5 bilhões de ovos
Diante desse cenário, os especialistas alertam para a possibilidade de aumento de preços dos ovos durante o período da quaresma. A alta demanda, combinada com a produção ajustada às necessidades do mercado, pode resultar em um encarecimento do produto.