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O que esperar da reunião do Copom que decidirá o novo patamar da Selic nesta quarta-feira

Órgão do BC deverá confirmar ciclo de redução na taxa Selic; ata da reunião poderá apresentar principais preocupações sobre cenário externo

Publicada em 20/09/23 às 12:15h - 38 visualizações

por Kativa FM \\\\ Carta Capital


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Brasília, 02/08/2023 - Reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB  (Foto: Kativa FM \\\\ Carta Capital)
O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter a trajetória de queda na taxa básica de juros no país. Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano, mas, de acordo com as expectativas do mercado, o percentual deverá cair para 12,75% hoje. 

Esse é o anúncio mais aguardado da sexta reunião do ano do comitê vinculado ao Banco Central (BC), iniciada nesta terça-feira e com encerramento marcado para esta quarta-feira 20. A confirmação ou não da queda na Selic deverá acontecer após o fechamento do mercado, no final da tarde de hoje.

Na ata da última reunião, realizada no início de agosto, o Copom comunicou que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, previam cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Entretanto, o órgão destacou que eventual corte será feito de maneira conservadora.

“Qualquer que fosse a decisão [corte de 0,25 ponto ou corte de 0,5 ponto na reunião passada], era consensual que um cenário com expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial, núcleos de inflação ainda acima da meta, inflação de serviços acima do patamar compatível com a meta para a inflação e atividade econômica resiliente requer uma postura mais conservadora ao longo do ciclo de flexibilização da política monetária”, diz trecho da ata da última reunião.

A última edição do Boletim Focus, que projeta dados econômicos a partir das análises de economistas ligados ao mercado financeiro, também apontou que a taxa Selic deverá cair 0,5 ponto percentual, embora não exclua a possibilidade de uma redução na  casa de 0,75%. Momentaneamente, o mercado espera que a Selic encerre o ano em 11,75%.

Inflação contribui para patamar de queda nos juros

A tendência de queda na taxa de juros também pode ser verificada em razão dos dados recentes sobre a inflação no país. Vale destacar que a relação entre taxa de juros e índice de inflação é proporcional: subir a taxa de juros é um mecanismo utilizado, justamente, para frear o consumo e controlar a inflação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice de monitoramento oficial da inflação no país, teve uma variação positiva de 0,23% em agosto, segundo o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). O número ficou acima do registrado em julho (0,12%), mas abaixo do esperado pelo mercado (0,28%). No ano, o IPCA acumula alta de 3,23%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice está em 4,61%.

Foco na ata

Tão importante quanto a queda da taxa Selic, em si, é o tom da ata da reunião que será finalizada hoje. Normalmente, a ata é divulgada dias após a reunião. É ela, por exemplo, que informa ao mercado e à sociedade os motivos das decisões dos diretores do BC, apresentando contrapontos e concordâncias entre os integrantes do comitê. Além disso, a ata da reunião faz projeções sobre o cenário econômico, interno e externo.

De fato, a inflação no Brasil vem experimentando queda, especialmente se comparada aos anos anteriores. Entretanto, fatores externos também contribuem para o patamar da taxa de juros e para os rumos da economia brasileira.

De acordo com as principais projeções do mercado, as expectativas de piora na economia da China poderá ser um ponto ressaltado na ata da reunião do Copom, além do crescimento no rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano.

Outro elemento que poderá entrar na conta é o preço do barril de petróleo, que está na casa dos 95 dólares, mas com projeção de superar os 100 dólares. Caso o cenário se confirme, não é impensável que a Petrobras promova reajustes nos combustíveis, o que poderá ter impacto direto na inflação e, naturalmente, na taxa de juros.



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