O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, publicada na manhã desta terça-feira (28).
Segundo ele, o relatório está em linha com o comunicado que sucedeu à decisão da última quarta-feira, na qual o BC optou pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva.
“Acredito que a ata do Copom está em linha com o comunicado. Mas, da mesma forma que aconteceu no Copom anterior, a ata, com mais tempo de preparação, veio com termos, eu diria, mais condizentes com as perspectivas futuras de harmonização da política fiscal com a política monetária, que é o nosso desejo desde sempre”, afirmou a jornalistas nesta terça-feira (28).
O comunicado da semana passada, na visão de boa parte do mercado financeiro e do próprio governo Lula, adotou um tom duro — ou hawkish, no jargão do mercado — ao tratar da inflação. A leitura é de que, com a ata, o BC deixou pouco espaço para corte de juros no curto prazo, o que vem gerando críticas dentro do governo.
A jornalistas, Haddad afirmou que o BC também precisa “ajudar” e que a economia é um organismo de dois braços: o fiscal e o monetário.
O ministro também afirmou que irá discutir a nova regra fiscal com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na quarta-feira (29), em reunião que definiu como “conclusiva”.
“Como o ministro Rui teve leves problemas de saúde e permaneceu na Bahia, deixamos para amanhã a reunião sobre o arcabouço fiscal para verificar a possibilidade de ele poder participar”, disse.
“Será amanhã, presencialmente ou virtualmente, e é uma reunião que será conclusiva sobre o arcabouço.”
O ministro pontuou que a lei que estabelece o arcabouço tem como prazo para encaminhamento o dia 15 de abril, já que ela tem que estar compatível com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Mas isso não nos impede de já dizer qual vai ser a nova regra do novo arcabouço fiscal”, afirmou.
Haddad falou na entrada do Ministério da Fazenda após retornar de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do crédito consignado, dizendo ainda que uma decisão sobre essa questão será tomada nesta tarde.
Segundo o ministro, o comprometimento da renda em operações com o consignado será discutido com o governo.