A Petrobras afirmou em nota que os preços tinham margem para redução, diante de momento mais favorável do petróleo no mercado internacional, que reduz o preço dos importadores. As mudanças vão em linha com a política de paridade com preços de importação (PPI) adotada pela Petrobras desde 2016.
"Essa redução tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da Petrobras frente às principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino", disse a Petrobras em nota.
A estatal afirmou ainda, como já havia feito em outros comunicados neste ano, que "na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente."
O preço nos polos da Petrobras estava acima do preço de importação em R$ 0,10 no fechamento do mercado de quarta-feira, 21, segundo relatório diário da Abicom, associação de importadores. Desde a última redução nos preços da Petrobras em 1º de março, o diesel acumula R$ 0,20 em relação ao preço de importação, segundo a Abicom, o que abriu margem para o corte divulgado hoje.
O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já afirmou que é desejo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na condição de acionista controlador, alterar a PPI e passar a aplicar outra política de preços na estatal.
A mudança, porém, depende da reformulação do conselho da empresa, o que só deve ocorrer no final de abril, com a nomeação dos novos conselheiros indicados pelo governo.
O preço na ponta ao consumidor é maior do que nas refinarias, pois envolve ainda margem de lucro nos demais pontos da cadeia de distribuição e impostos estaduais (os federais continuam zerados para o diesel). No caso do diesel, 10% da mistura vendida ao consumidor na bomba é também composta por biodiesel, o que altera o preço final.
Antes do corte mais recente, para o consumidor na ponta, o preço médio do diesel S-10 vendido no Brasil estava em R$ 5,97 na semana encerrada em 18 de março, último dados disponíveis da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
O preço máximo encontrado em um posto foi de R$ 8,49 no período. Os preços variam em cada estado e cidade e, frequentemente, em diferentes bairros da mesma cidade.
A mudança no preço às distribuidoras, além disso, diz respeito somente ao diesel e gasolina comprados nas refinarias da Petrobras, que respondiam, antes das privatizações mais recentes de refinarias, por quase 70% do diesel e 80% da gasolina consumida no Brasil.
O Brasil também importa parte dos combustíveis que consome, já a preços próximos do mercado internacional e com custos de importação incluídos (e efeito do dólar), além de parte da produção feita em refinarias privatizadas. O combustível vendido por esses outros atores pode ter preços diferentes dos da Petrobras.