O dólar tinha leve alta frente ao real nesta sexta-feira (8), com investidores trabalhando em modo de espera antes da divulgação, às 9h30 (de Brasília), de um relatório de emprego norte-americano, que deve oferecer pistas sobre a saúde da economia dos Estados Unidos e os próximos passos de política monetária do Federal Reserve.
No Brasil, investidores digeriam a leitura de junho do IPCA, que subiu 0,67% no período, acelerando ante a taxa de 0,47% vista em maio.
Às 9:08 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,09%, a R$ 5,3493 na venda.
Na B3, às 9:08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,18%, a R$ 5,3850.
A moeda norte-americana spot recuou 1,45% na véspera, a R$ 5,3443, maior desvalorização diária desde 15 de junho (-2,07%).
Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.
A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A autarquia já chegou a descartar altas de 0,75 ponto percentual nos juros, ou um risco de levar a economia do país a uma recessão, mas sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Ao mesmo tempo, o mercado acompanha os dados sobre a economia do país para entender o quão agressivo o Fed poderá ser no processo.
A confirmação da contração da economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre, por exemplo, reforçou a visão de que a autarquia não deveria ser tão agressiva na alta de juros quanto o previsto. Já a inflação de maio sinalizou um quadro mais negativo, reforçando apostas de juros terminais maiores.
Por outro lado, com o fim do lockdown na cidade chinesa de Xangai e alívio nas restrições na capital Pequim, a expectativa era que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltou a favorecer exportadores de commodities e aliviou uma parte das pressões sobre o real, mas novas restrições foram anunciadas, revertendo o cenário.
O Ibovespa e o real encontraram espaço para valorização entre o fim de maio e o começo de junho, mas a combinação de um cenário doméstico pior, com o retorno de um risco fiscal, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.