De acordo com a CNC, é a segunda queda seguida no endividamento das famílias brasileiras, após a alta recorde registrada em abril, quando o indicador ficou em 77,7%.
As dívidas no cartão de crédito representam a maior fatia do endividamento, com 86,6% das famílias. Em seguida vem os carnês, com 18,3%. Financiamento de carro, 10,8%. Em junho de 2021, essas proporções eram de 81,8%, 17,5% e 11,9%, respectivamente.
A queda no endividamento reflete a melhora no mercado de trabalho, explica o presidente da CNC, José Roberto Tadros. "Com menos restrições impostas pela pandemia e as medidas temporárias de suporte à renda, como saques extraordinários do FGTS, antecipações do 13º salário, INSS e maior valor do Auxílio Brasil, a população precisou apelar menos para os gastos no cartão".
Inadimplência
A inadimplência também apresentou queda, de 0,2 p.p. As famílias com contas em atraso representam 28,5%. A mesma queda foi verificada entre as famílias que afirmam não ter condições de pagar contas atrasadas, com 10,6% do total. São as primeiras variações negativas desde setembro do ano passado.
"A melhora no mercado de trabalho não se reflete no rendimento", avalia a responsável pela pesquisa, Izis Ferreira. Ela conta que o rendimento médio está achatado pela inflação.
"Além disso, o avanço recente da informalidade no emprego é mais um fator que aumenta a volatilidade da renda do trabalho e atrapalha a gestão das finanças pessoais", diz ela.