A taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,8% no trimestre encerrado em maio, menor taxa para o período desde 2015, quando foi de 8,3%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (30). Fernando de Holanda, pesquisador FGV Ibre, em entrevista à CNN, afirmou que a redução no número é porque as pessoas aceitaram salários mais baixos. “Isso já era esperado e era até um efeito natural da pandemia”.
Desde 2015, a volta do trabalhador de forma informal é um praxe na economia desde 2015. “E quem voltou mais forte [agora] foram os trabalhadores com baixa qualificação profissional”.
A taxa de informalidade, de acordo com dados do IBGE, foi de 40,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais), contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021.
Outro ponto que ajudou a retomada desse modo de trabalho, segundo de Holanda, é o diferencial dos custos para se contratar um trabalhador de forma informal e formal.
Para o pesquisador, a principal preocupação é que a economia consiga manter um ritmo de crescimento elevado por mais tempo, “pois, caso o contrário, será cada vez mais difícil a retomada de trabalhadores que estão há mais de dois anos desempregados”.
A expectativa de Holanda é que o desemprego volte a aumentar um pouco no segundo semestre em virtude do combate a inflação. “No médio prazo, não espero que a economia consiga manter o ritmo acelerado da redução da taxa de desemprego”.