Conhecida popularmente como “aranha marrom” ou “aranha-violino” e ainda como aranha-violinista mesmo, a Loxosceles laeta (como se chama cientificamente) se destaca entre os aracnídeos por conquistar a América do Sul com seu pequeno tamanho, já que é a mais difundida na região, de acordo com a Pontificia Universidad Católica de Chile em seu site.
Seu tamanho é minúsculo e, por isso, pode passar despercebido a olhares desatentos. No entanto, os efeitos de sua picada não são tão sutis como sua envergadura. Devido ao alto poder patogênico de seu veneno, ela é considerada perigosa à saúde humana, como explica o Instituto Butantan (instituição governamental de São Paulo que realiza pesquisas desde 1901).
A Loxosceles laeta pertence ao gênero Loxosceles, um grupo de aranhas da família Sicariidae encontrado em diferentes partes do mundo, especialmente em zonas temperadas e tropicais, que atrai a atenção dos especialistas devido ao efeito de sua picada no corpo humano.
Conheça melhor a aranha-violinista, em quatro dados curiosos:
A aranha-violinista tem três pares de olhos – o que a distingue de outras espécies de aranhas domésticas.
Foto de Jonathan Coddington, Instituto Smithsonian Fundação Nacional da CiênciaEssa espécie de aranha tem seis olhos de cor esbranquiçada ou escura dispostos em três pares que seguem um padrão na forma de “V”: um par na frente e, na sequência, um de cada lado, como explica a universidade chilena em seu site.
A característica serve para diferenciar esta espécie de outras aranhas domésticas, já que a maioria delas têm oito olhos dispostos em duas linhas de quatro, como informa o Sistema de Informação sobre Biodiversidade (SIB) da Administração de Parques Nacionais da Argentina. No entanto, de acordo com a organização, é necessária uma lupa para ver esse detalhe, pois o tamanho diminuto do aracnídeo dificulta a observação.
Se há uma qualidade das aranhas que o mundo conhece muito bem é sua capacidade de criar teias. No caso da Loxosceles laeta, sua teia é considerada muito especial.
Tanto é assim que observar sua trabalhosa tecelagem é um dos sinais para reconhecê-las e diferenciá-las de outras espécies. De acordo com a descrição do SIB, a aranha violinista cria uma teia irregular, pegajosa e que se assemelha a fios de algodão.
Ela geralmente faz suas teias em locais escuros e secos, e em cantos altos da casa, pois é um animal solitário e, de certa forma, sedentário, explicam as fontes. Por esse motivo, a aranha-marrom é comumente encontrada atrás de quadros, espelhos e móveis, além de fendas das paredes e em roupas guardadas por muito tempo.
A Loxosceles laeta é caracterizado por seu tamanho pequeno: a fêmea pode atingir 45 milímetros com as pernas estendidas.
A Loxosceles laeta é um aracnídeo bem pequeno: o corpo da fêmea tem entre oito e 12 milímetros de comprimento, atingindo até 45 mm com as pernas estendidas. O macho tem tamanho semelhante, embora seu corpo e pernas sejam mais finos.
Visualmente, essa aranha se distingue pela cor marrom, com o cefalotórax mais claro que o abdômen e uma mancha escura no formato de um violino. São essas qualidades que dão nome a esse pequeno ser vivo.
De acordo com a Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o veneno da aranha Loxosceles laeta é proteico e termolábil (ou seja, facilmente alterado pela ação do calor). “Ele tem propriedades necrosantes (que causam a morte do tecido), hemolíticas (que matam os glóbulos vermelhos), vasculíticas e coagulantes”.
Conforme explica a instituição chilena, “o veneno causa graves distúrbios vasculares na pele de quem é picado, com áreas de vasoconstrição e áreas de hemorragia, levando rapidamente à isquemia local (falta de sangue) e à formação de uma placa gangrenosa", afirma a fonte chilena.
Já o Butantan comenta que por conta dos danos vasculares, em até 24 horas pode surgir uma lesão arroxeada e dolorida no local da picada, e que tende a progredir para uma necrose em até três dias. Essa evolução vai depender da quantidade de veneno que foi injetada na vítima.
Em alguns casos, porém, o envenenamento pode causar anemia e icterícia, e os de maior gravidade podem levar até à insuficiência renal e à morte. De acordo com a fonte chilena, as picadas ocorrem durante todo o ano, mas são mais frequentes na primavera e no verão.
É importante observar que essa aranha só pica em autodefesa e geralmente ocorre isso depois de comprimi-la acidentalmente contra a pele enquanto uma pessoa está dormindo ou vestindo roupas que, eventualmente, abrigam o aracnídeo.
Algumas medidas preventivas para evitar as picadas da aranha-marrom são manter a organização da casa; sempre limpar e passar aspirador de pó atrás e embaixo de móveis e quadros; fechar aberturas nas paredes; se tiver que entrar em locais sujos ou fechados há muito tempo com cuidado, acendendo uma lanterna e fazendo barulho para alertar a aranha e dar tempo para que ela se afaste; separar as camas das paredes; e verificar e sacudir roupas e sapatos antes de colocá-los.
Além disso, quem suspeitar que foi picado deve agir rapidamente e buscar um auxílio médico o mais rapidamente possível.