O diabetes é uma das doenças de maior incidência no Brasil, afetando cerca de 13 milhões de pessoas (ou 6,9% da população nacional), de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes e do Ministério da Saúde do Brasil. Portanto, é importante entender o que é exatamente essa doença, como ela se caracteriza e de que maneira afeta a vida das pessoas, evitando assim os mitos sobre ela.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o diabetes é uma doença metabólica crônica caracterizada por níveis elevados de glicose (ou açúcar) no sangue". Ela também se apresenta de três formas: diabetes tipo 1, tipo 2 e gestacional.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que o diabetes tipo 1 (anteriormente conhecido como diabetes insulino-dependente, juvenil ou de início na infância) é caracterizado por uma produção deficiente de insulina e requer a administração diária deste hormônio.
Já o diabetes tipo 2, por sua vez, é o mais comum e está ligado à genética, embora sua prevalência também esteja relacionada à obesidade e ao sedentarismo, diz José Esteban Costa Gil, médico especialista em endocrinologia e nutrição e presidente da Associação Latino-Americana de Diabetes (Alad), em entrevista para National Geographic.
Em terceiro lugar, há o diabetes gestacional, que surge durante a gravidez. "Corresponde a valores de hiperglicemia que, apesar de serem mais altos do que o normal, são inferiores aos estabelecidos para o diagnóstico da doença", afirma a OMS.
Há vários mitos em torno da doença e, por isso, o Dia Mundial do Diabetes, efeméride instituída anualmente em 14 de novembro, se torna uma uma ocasião ideal para aumentar a conscientização e aprender mais sobre a doença.
Descubra abaixo alguns mitos comuns e fatos importantes sobre o diabetes.
Embora o histórico familiar de diabetes seja um fator de risco para a doença nos tipos 1 e 2, muitas pessoas que não têm parentes próximos com diabetes também podem desenvolver o problema, alerta o MedlinePlus, um serviço de informações desenvolvido pela Biblioteca de Medicina dos Estados Unidos (NLM).
Já se sabe que pessoas com diabetes não precisam comer somente determinados produtos, informa também o MedlinePlus.
Na mesma linha, a Associação Americana de Diabetes (ADA) explica que certos alimentos podem, sim, aumentar os níveis de glicose no sangue, mas o importante é que o indivíduo siga uma dieta saudável.
Essa recomendação é a mesma para os não-diabéticos e inclui priorizar vegetais sem amido, limitação a produtos com açúcares adicionados e troca de grãos refinados por grãos integrais, além de evitar o consumo de alimentos processados.
De acordo com a ADA, não há evidências científicas que sugiram que as pessoas com diabetes devem evitar os carboidratos.
Na verdade, de acordo com a associação, há estudos que mostram que a inclusão de quantidades adequadas desses alimentos, bem como de proteínas e gorduras, pode ajudar a controlar a glicose no sangue.
Também é recomendável consultar um especialista para encontrar o plano de refeições mais adequado para cada pessoa.
Outro mito associado à doença está ligado à restrição de alimentos doces. A esse respeito, o MedlinePlus informa que esses produtos são cheios de açúcares simples, que aumentam a quantidade de glicose no sangue mais do que outros alimentos.
No entanto, eles não estão fora dos limites para as pessoas com diabetes, desde que seu consumo seja planejado e faça parte de uma alimentação saudável.
Os doces devem ser consumidos com bastante moderação por pessoas diabeticas, diz a OMS, mas não precisam ser abolidos da dieta.
"A chave para os doces é comer uma porção muito pequena e guardá-la para ocasiões especiais, focando-se nas refeições com alimentos mais saudáveis", diz a associação.
"Se a pessoa faz uso de insulina, o médico pode instruir a tomar doses mais altas do que o normal quando se come doces", acrescenta a NLM.
No entanto, a agência recomenda a redução do consumo de doces e bebidas açucaradas (como refrigerantes e energéticos).
Como aponta a associação de diabetes, pesquisas mostram que essas bebidas estão ligadas ao diabetes tipo 2. Portanto, deve-se evitá-las e preferir beber água.
De acordo com a NLM, a recomendação é exatamente oposta quando o assunto é fazer exercícios regularmente. Ela é importante para o controle do diabetes e pode ajudar a aumentar a sensibilidade do corpo à insulina.
Conforme observado pela OMS, recomenda-se 150 minutos por semana de exercícios moderados a vigorosos (como caminhada rápida).
O MedlinePlus também sugere que aqueles que vivem com diabetes consultem um profissional médico para determinar qual programa de exercícios é ideal para cada indivíduo.