Um estudo conduzido pelo governo chinês detectou um desgaste no escudo magnético da Terra que pode ser prejudicial para o meio ambiente e para a vida no planeta. Segundo o South China Moning Post, o campo magnético, uma proteção natural do planeta de demais detritos do universo e chuvas cósmicas, está perdendo força rapidamente sobre a América do Norte. Nas regiões da China, África e Oceano Atlântico, no entanto, ele está se fortalecendo.
As causas do fenômeno ainda são estudadas por especialistas, mas a principal teoria é de que o enfraquecimento esteja relacionado ao deslocamento dos polos magnéticos, que vêm se movendo do hemisfério ocidental para o oriental.
O que é o escudo magnético da Terra?
O campo magnético terrestre atua como uma "barreira", essencial contra radiações cósmicas, que protege a vida no planeta e a estabilidade do meio ambiente. O enfraquecimento dele, segundo cientistas, pode aumentar a exposição à radiação solar e potencializar eventos naturais destrutivos, como secas e furacões.
Além do impacto ambiental, o campo magnético é um recurso estratégico para áreas como comunicação, defesa e exploração espacial. Militares e cientistas o utilizam para tecnologias que vão desde comunicação de longa distância e radar até a proteção de satélites contra tempestades solares.
Sem esse “escudo”, satélites e espaçonaves ficam mais vulneráveis a danos causados por atividades solares. Há um risco maior, também, de falhas em mísseis que dependem da navegação por campo magnético.
Mudanças no planeta e novos marcos científicos
Não é a primeira vez que a Ciência registra o enfraquecimento do escudo magnético da Terra. Outros períodos históricos com baixa intensidade geomagnética mostram como o planeta se comportou, bem como a humanidade. Nas antigas civilizações Maia e Persa, as mudanças climáticas e ambientais mais significativas estão relacionadas à falta de força do campo magnético e pode ter sido um dos agentes causadores - entre outros políticos-sociais - do declínio dessas sociedades.
No século passado, mostra o estudo chinês, o polo magnético do hemisfério norte movia-se lentamente, a uma média de 10 km por ano. Após o ano 2000, por outro lado, a velocidade desse movimento aumentou drasticamente para 50 km anuais, o que altera o equilíbrio do campo magnético em escala global.
Agências espaciais de diversos países acompanham atentamente o desenvolvimento dessas anomalias magnéticas, especialmente em áreas críticas como o Atlântico Sul, onde o campo magnético é mais fraco.