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Ciência

Mudança climática: 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro acima de 1,5°C

O alerta vem do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, na Europa, que também informa que outubro de 2024 foi o segundo outubro mais quente do mundo.

Publicada em 07/11/24 às 15:09h - 21 visualizações

por Kativa FM \\ National Geographic


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Um bombeiro fica de guarda na estação de esqui Sierra-at-Tahoe depois que um incêndio tomou conta de um alojamento em Twin Bridges, na California, Estados Unidos. Foto de Lynsey Addario  (Foto: Kativa FM \\ National Geographic)

“Após passarem os dez primeiros meses de 2024, agora é praticamente certo que este será o ano mais quente já registrado e o primeiro ano em que a temperatura ultrapassará 1,5°C acima dos níveis pré-industriais”. O alerta veio de Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, um serviço de informações do Programa de Observação da Terra da União Europeia.

Até agora, de janeiro-outubro de 2024a anomalia da temperatura média global está 0,71°C acima da média de 1991-2020a mais alta já registrada para esse período, e 0,16 °C mais quente do que no mesmo período em 2023, de acordo com um comunicado à imprensa do serviço de informações da UE. 

Para evitar que este seja o ano mais quente já registrado, a anomalia da temperatura média para o restante de 2024 teria de cair para próximo de zero, o que é bastante improvável até o final do ano. 

O derretimento de grandes massas de gelo têm sido detectado nos últimos anos. Aqui, o registro ...O derretimento de grandes massas de gelo têm sido detectado nos últimos anos. Aqui, o registro do desprendimento de gelo do iceberg San Rafael, no Chile. No Ártico, o gelo marinho atingiu sua quarta menor extensão mensal em outubro de 2024.

Foto de Tamara Merino

Quais são as principais conclusões do relatório de temperatura de 2024? 

De acordo com os dados da agência, a temperatura média global dos últimos 12 meses (de novembro de 2023 a outubro de 2024) foi 0,74 °C mais alta do que a média do período de 1991 a 2020. E cerca de 1,62 °C mais alta do que a média pré-industrial de 1850-1900.

Mas outros dados também chamam a atenção. Aqui estão alguns dos pontos mais alarmantes com relação às temperaturas globais:

1. Outubro quente: o mês tem sido o recordista de calor na história das medições. Segundo o Copernicus, outubro de 2023 foi o mais quente já registrado, seguido de outubro de 2024, com a temperatura média do ar de 15,25°C – 1,65°C acima do nível pré-industrial.

2. Variações da temperatura do martambém em outubro de 2024, a temperatura média da superfície do mar foi de 20,68°Co segundo maior valor registrado para o mês (perdendo apenas para outubro de 2023 por apenas 0,10 °C). 

Embora as médias tenham permanecido excepcionalmente altas em muitas regiões, as temperaturas no Pacífico equatorial leste e central ficaram abaixo da média, o que pode ser um indicador da aproximação das condições de La Niña.

3. O Ártico continua derretendo: ainda de acordo com o relatório, o gelo marinho do Ártico atingiu sua quarta menor extensão mensal em outubro, 19% abaixo da média. No caso da Antárticaa extensão do gelo marinho foi a segunda mais baixa em outubro (8% abaixo da média).

Aqui, o gado local procura por brotos de grama nos arredores áridos de Maalimin, no Quênia, ...Aqui, o gado local procura por brotos de grama nos arredores áridos de Maalimin, no Quênia, durante uma temporada de seca. De acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, o sul da África, bem como países da América do Sul, como Argentina e Chile, registraram condições mais secas do que a média em outubro de 2024.

Foto de Nayim Ahmed Yussuf /UNEP (CC BY-NC-SA 2.0)

Outro alerta: a precipitação e a umidade foram extremas em outubro de 2024 

O Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus também informou sobre a variabilidade hidrológica de outubro de 2024, mostrando chuvas e secas preocupantes

Especificamente neste mês foram registradas chuvas acima da média na Península Ibérica, na França, no norte da Itália, na Noruega, no norte da Suécia e no leste do Mar Negro. Um caso extremo ocorreu na região de Valênciana Espanhaonde chuvas fortes causaram graves inundações.

A umidade também foi maior em algumas partes do mundo, como no leste da China, em Taiwan, em partes do oeste da Austrália, no sul do Brasil e na Flórida (Estados Unidos). Águas oceânicas mais quentes umidade mais alta são dois gatilhos para os furacões, o que coincide com o desenvolvimento do Furacão Miltonum dos mais perigosos já registrados, que atingiu a categoria mais alta em 7 de outubro.

Em contrapartida, “a precipitação e a umidade do solo ficaram abaixo da média na maior parte da Europa Oriental, especialmente no oeste da Rússia, na Grécia e no oeste da Turquia”. Em partes da Argentina e do Chile, o sul da África e a maior parte dos Estados Unidos registraram condições mais secas do que a média.

De acordo com as Nações Unidas, a 29ª Conferência das Partes (COP29) em Baku, Azerbaijão, “é ...De acordo com as Nações Unidas, a 29ª Conferência das Partes (COP29) em Baku, Azerbaijão, “é uma oportunidade crucial para acelerar as ações para enfrentar a crise climática”. Acima, uma foto tirada durante a COP27, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, em 2022.

Foto de UN Climate change (CC BY-NC-SA 2.0)

Dados climáticos alarmantes deveriam chamar a atenção e inspirar ações 

Os dados que apontam para 2024 como o ano mais quente já registrado representam um novo marco nos registros de temperatura global. “Eles devem servir como um catalisador para aumentar a ambição da próxima Conferência sobre Mudanças Climáticasa COP”, disse Burgess.

A 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) será realizada em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro de 2024. O evento reúne líderes governamentais, empresas e a sociedade civil e, neste ano, espera-se que os países apresentem seus planos de ação climática nacionais atualizados segundo o Acordo de Paris.

O Acordo de Paris é um tratado internacional juridicamente vinculativo sobre mudanças climáticas. Ele entrou em vigor em 4 de novembro de 2016 e tem como objetivo limitar o aquecimento global a bem menos de 2°C, preferencialmente 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais”, explica a ONU Climate Change.




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