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De origem asiática, o arroz (Oryza sativa) é um cereal que se espalhou pelo mundo e ganhou seu espaço na alimentação, sendo hoje um dos mais populares no dia a dia de muita gente. O arroz é um grão de cereal amiláceo comestível proveniente de uma planta gramínea da família Poaceae, como explica a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).
Aproximadamente metade da população mundial depende do arroz como alimento básico de sua dieta diária, afirma a Britannica. Sua importância é tanta que a data de 31 de outubro foi escolhida para ser o Dia Internacional do Arroz desde 2003, por iniciativa da Organização Mundial de Alimentação e Agricultura (FAO).
Ainda como relata a FAO, a importância do arroz vai além do consumo, sendo parte da cultura de muitos povos. “O arroz é uma parte central de muitas culturas e é usado em festivais, pinturas, músicas e cerimônias religiosas como símbolo de vida, fertilidade e abundância”, afirma a entidade em seu site.
National Geographic pesquisou um pouco mais sobre esse cereal e responde perguntas as quais revelam os tipos de arroz mais conhecidos, bem como os principais nutrientes do alimento.
O arroz não pode ser consumido cru, é um grão que precisa passar por cozimento. E a maneira básica de comer o arroz é cozido em água fervente, até essa água secar e os grãos se tornarem mais amolecidos. Ele pode ser consumido sozinho (temperado ou não), sendo usado muito comumente como acompanhamento de diversos outros alimentos e ainda como complemento em diversas sopas.
Sua versatilidade reside no fato dele não ter um sabor natural marcante, sendo de fácil adaptação para os mais variados pratos de acordo com o tempero e a criatividade de quem cozinha e também dos costumes tradicionais de cada região do mundo.
O arroz também está presente no preparo de comidas tradicionais (como o japonês sushi) e outros pratos clássicos da culinária asiática, do Oriente Médio, da Itália e em muitas outras cozinhas. Outros produtos alimentícios em que o arroz é usado são nos cereais matinais, em doces, no macarrão e até em bebidas alcoólicas, como o saquê japonês, de acordo com a Britannica.
Na foto é possível observar o arroz sendo processado para a retirada da sua casca no Laos, país do Sudeste Asiático.
O arroz é uma excelente fonte de carboidrato complexo, com lipídios, por isso ele fornece energia não só para o nosso corpo, mas em especial para o nosso cérebro – sendo importante para a cognição. É o que explica a nutricionista Edvânia Soares, CEO da Estima Nutrição e pós-graduada em nutrição clínica esportiva e vigilância sanitária pela Universidade Gama Filho, em entrevista para NatGeo sobre o valor nutricional do arroz.
“O arroz possui várias vitaminas do complexo B, que podem melhorar o metabolismo energético. Além disso, ele é um alimento sem glúten, sendo então é uma ótima opção para pessoas que têm doença celíaca ou alguma outra doença ou alergia em relação ao glúten, tanto que ele vem sendo muito usado na produção de massas, como macarrão de arroz voltado a esse público”, comenta a nutricionista.
A especialista ressalta também que o arroz em sua versão integral tem um valor nutricional maior. “O arroz integral tem manganês e magnésio, além de possuir uma alta quantidade de fibras, sendo um bom aliado para o controle de glicemia”, explica a Dra. Edvânia.
Há diversas variedades de arroz no mundo, porém alguns tipos são os mais consumidos. A nutricionista Edvânia Soares detalha como são os seis tipos de arroz mais comuns:
- Arroz branco: um dos mais conhecidos, ele é o resultado do endosperma (maior parte interna do grão e é composta basicamente de amido) do grão após passar por processamento, sendo moído para remover a casca externa, as camadas de farelo e o gérmen (é o embrião do grão, fica na parte interna, sendo onde se localiza a maior concentração de proteínas e lipídios).
Por conta disso, o arroz branco não tem os mesmos nutrientes de um grão integral, mas é uma boa fonte de carboidrato.
- Arroz branco parboilizado: passa por um processo de pré-cozimento em vapor antes da moagem. Então, os nutrientes do grão mudam. É menos fibroso do que o integral, mas ele também tem um pouco de vitaminas e minerais. Os grãos cozidos são macios e soltinhos, mas com textura mais firme do que o arroz cozido convencional.
- Arroz integral: como afirma a nutricionista, esse “é o mais nutritivo de todos, já que é mais rico em vitaminas e minerais e possui bastante fibra". O arroz integral é moído apenas para que a casca seja removida, deixando a camada de seu farelo e o interior intactos. É um grão 100% integral, contendo farelo, endosperma e gérmen. Necessita um tempo maior de cozimento que o arroz branco e o parboilizado, por ser naturalmente mais firme.
- Arroz selvagem: não é tecnicamente um arroz, mas entra nessa classificação. É um grão semi aquático nativo da América do Norte que é 100% integral. “Ele tem alto teor de proteínas e de fibras, tendo um sabor característico mais amendoado e uma textura crocante, por conta de seus grãos mais firmes, mesmo após o cozimento. Além disso, por ter grãos mais duros, muitas vezes as pessoas não o mastigam direito e acaba dando desconforto gástrico”, comenta Edvânia.
- Arroz arbóreo: muito usado na culinária italiana para fazer o típico risoto, o arroz arbório é rico em carboidratos, porém ele é pobre em fibras e menos nutritivo, por isso também é mais fácil de cozinhar e fica mais cremoso, já que solta bastante amido de seu endosperma durante o cozimento.
- Arroz japonês (gohan): como o arbóreo, ele é rico em amido, por isso ele produz uma textura bem amolecida após o cozimento. Nutricionalmente ele é semelhante ao arroz branco, porém ele possui um índice glicêmico mais alto – não sendo indicado a pacientes com diabetes.
Trabalhadores em uma fazenda de arroz na China, nas montanhas de Guizhou. A China é a maior produtora de arroz do mundo, sendo responsável por 28% da produção total do planeta.
Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o arroz ocupa o segundo lugar em produção e extensão de área cultivada no mundo – perdendo apenas para o milho e sendo seguido pelo trigo. Em 2021, ele teve uma produção de 787,3 milhões de toneladas de grãos em casca, por exemplo, o que corresponde a aproximadamente 28% do total de grãos usados na alimentação humana.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), por sua vez, divulgou a lista 2023/2024 dos países que mais produzem arroz no planeta atualmente. Além de maior produtor e um dos principais consumidores, a China está na liderança do ranking mundial sendo responsável por 28% da produção de arroz do planeta, o equivalente a mais de 144 milhões de toneladas.
Em segundo lugar está a Índia, que fornece 26% do arroz do mundo e é o maior exportador do grão. Em terceiro lugar, com uma representatividade bem menor, está Bangladesh produzindo cerca de 7% – seguido pelos países asiáticos Indonésia, Vietnã e Tailândia.
Nas Américas, o arroz chegou com os europeus colonizadores no século 16, sendo que no Brasil ele se popularizou como o principal acompanhamento dos alimentos diários da população, fazendo uma “dupla” bem característica da culinária brasileira com o feijão, sendo a base da alimentação tradicional do país com o “arroz com feijão”.
O Brasil, inclusive, está entre os maiores produtores de arroz das Américas, tendo em média uma safra anual de 10 milhões de toneladas, de acordo com a Embrapa. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição na região, com quase 7 milhões de toneladas/ano. A diferença entre os países é que, enquanto o Brasil consome quase todo o arroz que colhe, os norte-americanos vendem metade para o exterior porque eles não são adeptos ao consumo diário de arroz.
