O universo, essa vasta extensão de espaço que contém toda a matéria e energia existentes, tem atraído a atenção dos seres humanos desde os tempos antigos. Os babilônios e os gregos, por exemplo, fizeram grandes avanços estudando os céus no primeiro milênio da humanidade. Mesmo com as sociedades investigando por século o universo, alguns mitos ainda persistem na imaginação até os dias de hoje.
Aproveitando a Semana Mundial do Espaço, que acontece anualmente de 4 a 10 de outubro como uma iniciativa da Assembleia Geral das Nações Unidas para celebrar as contribuições da ciência e tecnologia espacial para melhorar a condição humana, a National Geographic separou alguns fatos sobre o tema.
A seguir, confira três mitos populares sobre o universo e as definições da ciência sobre eles.
Todas as manhãs, o Sol nasce no leste e seus raios chegam à Terra. Ao olhar para a estrela, é possível ver uma tonalidade amarela relacionada a ele. Mas será que essa é realmente a cor do Sol? Os cientistas indicam que há diferentes respostas válidas para essa pergunta.
Como explica um artigo da Nasa, o Sol emite continuamente radiação em vários comprimentos de onda, desde o infravermelho muito longo até comprimentos de onda ultravioleta muito curtos, ou raios X e raios gama durante erupções solares muito quentes. No entanto, “ele emite a maior parte de sua energia em torno de 500 nanômetros, que é próximo à luz azul-verde”. Em outras palavras, “pode-se dizer que o sol é azul-esverdeado”, diz a agência espacial.
Visto do espaço, o Sol pode parecer branco devido à combinação de todas as cores visíveis. Na Terra, a atmosfera afeta a percepção da cor da estrela ao dispersar mais a luz azul do que a vermelha.
Entretanto, acima da atmosfera, onde está a Estação Espacial Internacional, por exemplo, o Sol pode ser percebido como branco. Isso ocorre porque ele emite intensamente todas as cores visíveis, do vermelho ao azul. “Nossos olhos, que têm três receptores de cor nas células cone, informam ao cérebro que cada receptor de cor está totalmente saturado com cores significativas, que são recebidas em todos os comprimentos de onda visíveis. Nosso cérebro, então, integra esses sinais em uma cor branca”, explica a Nasa.
Na Terra, a percepção é alterada pela atmosfera. Ao passar por essa camada, a luz azul de comprimento de onda mais curto é bem mais dispersa do que a luz vermelha de comprimento de onda mais longo, perdendo, assim, parte da tonalidade azul do Sol. Ao mesmo tempo, ao passar pela atmosfera todos os comprimentos de onda da luz visível são atenuados, de modo que a luz que chega aos nossos olhos não satura imediatamente os receptores de cone, permitindo que o cérebro perceba a cor da imagem menos de azul.
Por esse motivo, durante o nascer e o pôr-do-sol, quando os raios solares passam por uma grande quantidade de atmosfera, a luz azul é ainda mais dispersa, fazendo com que uma porcentagem maior da luz de comprimento de onda mais longo (a vermelha) chegue aos olhos.
Vistas da Terra, as estrelas parecem piscar no Espaço. Mas isso é apenas um efeito óptico causado pela atmosfera. Como explica um artigo da National Geographic Espanha, a camada que envolve a Terra “é um acúmulo de gases e partículas em suspensão, que estão em diferentes temperaturas, concentrações e pressões”.
A energia e a luz geradas pelas estrelas chegam constantemente à atmosfera da Terra. Mas quando os fótons (partículas formadoras de luz) passam pela camada que cobre o planeta, eles podem colidir com partículas dispersas, alterando completamente sua direção, observa o artigo.
Mudanças nas magnitudes da pressão e da temperatura em diferentes partes da atmosfera também podem distorcer sua trajetória, desviando-os da linearidade. Portanto, Esses pequenos períodos em que a luz desaparece são responsáveis por produzir a sensação de “cintilação” das estrelas, explica o artigo espanhol.
Esta imagem simulada por computador mostra um buraco negro supermassivo no núcleo de uma galáxia. Sua poderosa gravidade distorce o espaço ao seu redor. A luz das estrelas é esticada e embaçada ao passar pelo buraco negro. Esses objetos astronômicos podem “consumir” tudo ao seu redor, mas não representam perigo para a vida na Terra.
Conforme definido pela Nasa, “um buraco negro é um objeto astronômico com uma força gravitacional tão forte que nada, nem mesmo a luz, pode escapar dele”. Esse conceito pode levar alguém a pensar que um buraco negro devastador poderia acabar com todo o universo, pois se nada escapa deles, estes objetos poderiam “devorar” até mesmo o Sistema Solar, certo?
A agência espacial dos Estados Unidos responde a essa pergunta explicando que a influência gravitacional de um determinado buraco negro é limitada em comparação com o tamanho de uma galáxia.
Por exemplo, no centro da Via Láctea (a galáxia onde a Terra está localizada) há um buraco negro supermassivo que pesa alguns milhões de vezes a massa do Sol. Mas ele não representa nenhum perigo para a vida no nosso planeta – e até mesmo as estrelas mais distantes estão praticamente a salvo de serem atraídas por ele.
Em última análise, “o universo é grande e está se expandindo, portanto é muito improvável que ocorra qualquer tipo de efeito de desaparecimento causado por um buraco negro”, conclui a Nasa.