A Estrela de Barnard é uma estrela anã vermelha descoberta em 1916 a qual talvez apenas os aficionados em astronomia tenham ouvido falar, mas que é a mais próxima do Sol, segundo explica a Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos).
Localizada a seis anos-luz de distância da Terra (sendo que um ano-luz equivale a cerca de 9,5 bilhões de quilômetros), Barnard tem cerca de dez bilhões de anos, mais do que o dobro da idade do Sol, continua a agência espacial.
Pois um estudo publicado recentemente afirma que a Estrela de Barnard tem orbitando a seu redor um planeta até então desconhecido, mas cuja massa é menor do que a da Terra.
Mais de 5.600 exoplanetas foram confirmados até agora, mas a Nasa acredita que existam bilhões, pois estima-se que haja pelo menos um planeta para cada estrela da galáxia. Aqui, uma ilustração do Gliese 581 e, descoberto em 2009.
O descobrimento foi publicado neste 1º de outubro pela revista europeia "Astronomy and Astrophysics" e mostra a existência de um exoplaneta de tamanho menor do que o nosso planeta. Esse estudo foi conduzido por um grupo de cientistas que, durante cinco anos, procurou exoplanetas (planetas que orbitam outras estrelas que não o Sol) semelhantes à Terra na zona habitável de estrelas próximas.
Barnard foi escolhida por integrar o segundo sistema estelar mais próximo ao Sol depois de Alpha Centauri. Ela também é a estrela anã vermelha (ou seja, um corpo celeste mais frio e de menor massa do que o Sol) localizada mais perto da Terra. Justamente essa proximidade é o que gera interesse científico, tornando-a um alvo na busca por corpos celestes semelhantes ao nosso planeta, explica a Nasa.
Os astrônomos usaram um telescópio de alcance gigantesco conhecido como Very Large Telescope (VLT) e de propriedade do Observatório Europeu do Sul (ESO), o qual fica posicionado no Observatório Paranal, no Chile. Foi através dele que os especialistas detectaram quatro sinais planetários e, após avaliar sua natureza, confirmaram a existência de um planeta com massa menor que a da Terra.
O exoplaneta recém-descoberto foi batizado de “Barnard B”. Ele tem cerca de metade da massa de Vênus e está vinte vezes mais próximo da Estrela de Barnard do que Mercúrio está do Sol, detalhou um comunicado à imprensa sobre a descoberta científica.
Uma característica marcante do exoplaneta é a brevidade com que ele completa um ciclo orbital: um ano por lá dura pouco mais de três dias terrestres (3,15 dias exatamente).
Considerando que a temperatura da superfície de Barnard B é de cerca de 125°C, o exoplaneta não seria habitável para os seres humanos. "Embora essa estrela seja cerca de 2.500 graus mais fria do que o nosso Sol, ela é quente demais para ter água líquida em sua superfície”, explica Jonay González Hernández, pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canárias e principal autor do estudo.
Além do exoplaneta confirmado, os cientistas também encontraram indícios de três outros candidatos a exoplanetas orbitando a mesma estrela, diz o comunicado à imprensa.
O artigo também traz a confirmação da presença de um sistema compacto de quatro planetas orbitando Barnard, semelhante a outros sistemas planetários ao redor de estrelas próximas, requer ainda mais observações.
Embora haja muito a ser investigado, a descoberta de Barnard B “mostra que nosso quintal cósmico está cheio de planetas de baixa massa”, diz Alejandro Suárez Mascareño, também pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canárias e coautor do estudo.