A Antártida (ou Antártica como também é chamada) é o continente mais ao sul do planeta Terra, considerado o quinto maior do mundo em extensão territorial com cerca de 14 milhões de Km², conforme descreve a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido). Ela também é um local único no mundo por ser o continente mais frio, com mais ventos severos e o mais seco do planeta, já que conta com pouquíssima precipitação (cerca de 50 mm por ano), reforça a fonte.
A Antártica é conhecida como o “continente gelado”, pois 98% de sua massa terrestre é coberta por gelo – o que significa algo em torno de 29 milhões de km², explica o United States Antarctic Program (Programa Antártico dos Estados Unidos), uma organização do governo norte-americano presente no continente.
Por ter características tão distintas, este é um continente considerado quase desabitado por seres humanos: há somente os profissionais nas estações de estudos de diversos países habitando o local. Segundo a Britannica, desde o Tratado da Antártida assinado por 12 países em 1959, a região é protegida para atividades científicas não-militares em regime internacional. Em 1991, com o Protocolo de Madri, ficou proibida a mineração no continente e foram exigidas avaliações de impacto ambiental para novas atividades, sendo determinada a noção de que trata-se de uma reserva natural.
Mas se a Antártida é o continente mais frio do mundo, afinal, quão frio ele é? Quais são as temperaturas nessa região no inverno e no verão? Descubra a seguir e saiba como as mudanças climáticas têm afetado a região.
Cerca de 98% da superfície total da Antártica é coberta por gelo. Acima, o barco Australis navegando pelo gelo marinho.
O clima único da Antártida fornece a base para os outros nomes que o continente recebe, tais como “Lar da Nevasca” e “Deserto Branco”. Afinal, ela é tão seca que, tecnicamente, é considerada um deserto.
O continente mais frio do planeta tem temperaturas de inverno que variam de -89,2°C – a mais baixa registrada no mundo e medida na Estação Vostok (da Rússia), em 21 de julho de 1983, na alta camada de gelo do interior do continente – chegando a até cerca de -50°C em partes próximas ao nível do mar, como relata a Britannica.
Porém, essa temperatura tão fria com o recorde registrado em 1983 não é comum. Em média, o inverno antártico médio varia entre 60ºC negativos, podendo chegar a -70ºC na parte interior do território, como explica o United States Antarctic Program.
É importante observar que a Antártida é uma grande massa de terra e que suas temperaturas variam muito de um lugar para outro, considerando interior, regiões altas e pontos perto do mar. Além disso, as medições diretas geralmente estão disponíveis apenas no verão, pois somente em estações fixas se fazem medições durante todo o ano.
Já no verão na Antártida, enquanto as temperaturas podem chegar a até 15°C na parte da península, as temperaturas em outros lugares do continente são geralmente muito mais baixas. Elas variam de uma média de cerca de 0°C na costa a entre -20°C e -35°C no interior.
Nessa área, você pode encontrar animais como os da foto, um grupo de pingüins Adelie marchando em Hope Bay, Península Antártica, Antártica.
Acontece que com as mudanças climáticas que vêm ocorrendo em todo o planeta as temperaturas na Antártida também estão se alterando. As geleiras e as camadas de gelo antárticos podem documentar essas mudanças pelo aquecimento global, especialmente na parte ocidental do continente. Nesta região, as temperaturas médias de inverno na península Antártica aumentaram em 6°C desde 1960, como afirma a Britannica.
Em 2020, a World Meteorological Organization (WMO) reconheceu oficialmente um novo recorde de temperatura alta para o continente antártico: os termômetros chegaram a 18,3°C em 6 de fevereiro, como registrado pela estação Esperanza (da Argentina), em um momento de calor que ameaça a vida dos animais na Antártida.