O pesquisador também abordou os impactos da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Ferrante explicou que após a implementação de um programa de manutenção em 2015, houve um aumento exponencial do desmatamento e da grilagem de terras na região. Ele ressaltou que estudos científicos mostram, em consenso, que o bloco de floresta precisa permanecer preservado devido às graves consequências de sua abertura.
“Não existe capacidade contingente de fiscalização da área, tanto que a gente vê a fumaça em descontrole. A região em cinco dias se tornou o epicentro das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, que inclusive aumentam a seca da Amazônia”, explicou o biólogo.
Ferrante mencionou uma recente decisão judicial que suspendeu a licença prévia da rodovia BR-319, citando a falta de estudos ambientais adequados, ausência de estudo de viabilidade econômica e não realização de consulta aos povos indígenas afetados. “São mais de 18 mil indígenas afetados que estão tendo seus direitos violados”, afirmou o pesquisador.
O biólogo concluiu enfatizando a importância de manter a região preservada, argumentando que a rodovia não é uma solução, mas sim um agravante para os problemas ambientais e de saúde pública. Ele ressaltou que a abertura desse bloco de floresta pode ter consequências devastadoras não apenas para a biodiversidade e economia local, mas também para a saúde global.