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Ciência

Pesquisador explica risco de “nova pandemia” em caso de abertura de reservatório do Amazonas

Biólogo Lucas Ferrante destacou perigo da abertura do reservatório zoonótico da região devido às queimadas e projetos de infraestrutura

Publicada em 12/09/24 às 17:10h - 37 visualizações

por Kativa FM \\ CNN Brasil.


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 (Foto: Kativa FM \\ CNN Brasil.)
O biólogo e pesquisador Lucas Ferrante, da USP e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), alertou em entrevista à CNN Brasil sobre os riscos de uma possível “nova pandemia” caso haja a abertura do reservatório zoonótico da Amazônia. Ferrante destaca que as queimadas e projetos de infraestrutura na região podem levar a consequências catastróficas para a saúde pública global.

Segundo o pesquisador, um estudo recente publicado na revista The Lancet demonstra que o bloco de floresta amazônica é o maior reservatório zoonótico do planeta. “Se ele for aberto, nós vamos ter contato com uma quantidade enorme de patógenos. Bactérias, fungos, príons. Então isso pode dar origem não só a uma nova pandemia, a uma sequência de novas pandemias globais”, alertou Ferrante.

Impactos da BR-319

O pesquisador também abordou os impactos da rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Ferrante explicou que após a implementação de um programa de manutenção em 2015, houve um aumento exponencial do desmatamento e da grilagem de terras na região. Ele ressaltou que estudos científicos mostram, em consenso, que o bloco de floresta precisa permanecer preservado devido às graves consequências de sua abertura.

“Não existe capacidade contingente de fiscalização da área, tanto que a gente vê a fumaça em descontrole. A região em cinco dias se tornou o epicentro das emissões globais de gases causadores do efeito estufa, que inclusive aumentam a seca da Amazônia”, explicou o biólogo.

Decisão judicial e direitos indígenas

Ferrante mencionou uma recente decisão judicial que suspendeu a licença prévia da rodovia BR-319, citando a falta de estudos ambientais adequados, ausência de estudo de viabilidade econômica e não realização de consulta aos povos indígenas afetados. “São mais de 18 mil indígenas afetados que estão tendo seus direitos violados”, afirmou o pesquisador.


O biólogo concluiu enfatizando a importância de manter a região preservada, argumentando que a rodovia não é uma solução, mas sim um agravante para os problemas ambientais e de saúde pública. Ele ressaltou que a abertura desse bloco de floresta pode ter consequências devastadoras não apenas para a biodiversidade e economia local, mas também para a saúde global.




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