Estudo inédito sobre a gravidade da situação ambiental da Amazônia aponta que parte da floresta virou fonte de emissão de carbono, principal gás do efeito estufa. O processo, segundo a pesquisadora Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é estimulado pelo desmatamento e pelas queimadas.
A pesquisadora ressalta que uma das funções da Amazônia é servir como uma proteção natural contra as mudanças climáticas. No entanto, a degradação desse bioma, estimulada pela ação humana, resulta no que ela classifica como extermínio da vida silvestre e em um acelerador de efeitos climáticos intensos, que impactam não só o Brasil, mas toda a América Latina.
Em 2020, lembra a pesquisadora, 24 árvores foram cortadas por segundo no Brasil. Apesar do cenário preocupante, a cientista acredita na mudança. Mas, para isso, aponta Luciana Gatti, teremos que devolver para a natureza uma parte do que foi tirado dela e levar uma vida mais sustentável.
O estudo foi apresentado durante um evento que está sendo realizado nesta semana em Campinas, no interior de São Paulo, e que discute as alterações climáticas, como a ocorrência de chuvas intensas, enchentes e secas prolongadas. Com o tema "Ciência do Clima e a Comunicação Social da Emergência Climática", o seminário reúne especialistas e pesquisadores que compartilham estudos e debatem os impactos das mudanças climáticas no país e no mundo.