Com mais de 3.500 espécies, os mosquitos (da grande família Culicidae) são bastante diversos. Alguns são conhecidos apenas por serem “irritantes” devido a suas picadas, que causam coceira, e por conta do barulho que fazem, como no caso dos pernilongos. Já outros, são famosos por transmitirem doenças graves, como a febre amarela, a febre Zika, a malária, a febre oropouche e a dengue, como relata a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido).
Presentes em quase todo o planeta, há regiões com mais espécies de mosquitos, muitas vezes com espécies locais. Cerca de 50% das espécies de mosquitos são endêmicas globalmente, conforme conta um artigo publicado no Journal of Medical Entomology, da Oxford Academic, intitulado “Insight into Global Mosquito Biogeography from Country Species Records” ("Informações sobre a biogeografia global de mosquitos a partir de registros de espécies de países", em tradução livre).
Lugares como o Brasil, a Indonésia, a Malásia e a Tailândia, por exemplo, apresentaram os maiores números de espécies de mosquito, explica o mesmo artigo. O Brasil também está na lista das nações que têm os maiores números de espécies endêmicas, ao lado de Austrália, Filipinas e Indonésia.
Existem, porém, dois lugares no mundo em que os mosquitos não são encontrados. Um deles é um continente praticamente inabitado, mas há também um país totalmente livre de mosquitos. Saiba quais locais no mundo os mosquitos não são encontrados e qual é esse país em os moradores e os turistas podem ficar tranquilos sem se incomodar com picadas e zumbidos.
Há dois locais na Terra onde os mosquitos não são encontrados. Mas só um único país tem o privilégio de estar livre desses insetos. Isso porque um dos lugares do planeta em que não existem mosquitos é a Antártida – o continente gelado quase inabitado.
Na Antártida, a falta de mosquitos é atribuída, em grande parte, ao seu clima de frio extremo, que torna muito difícil para vários insetos se desenvolverem. Os mosquitos precisam preferencialmente de um clima quente como habitats, mas podem surgir em praticamente qualquer clima – menos o extremo frio.
As poças de água também são condições ideais para os mosquitos se reproduzirem e, no caso da Antártida, a água disponível é muito fria ou congelada, como explica o relatório da World Population Review (organização independente com fins lucrativos que fornece dados demográficos e populacionais globais atualizados).
Vista da cidade de Reykjavik, capital da Islândia, durante o inverno.
Já o único país do mundo em que sua população está totalmente livre de mosquitos é a Islândia – território insular que possui clima frio rigoroso. No entanto, a Islândia tem um pouco de vegetação e algumas temperaturas sazonais que podem sustentar a vida de seres humanos e de vários animais, inclusive de alguns insetos – mas não de mosquitos, como explica o relatório.
Este é um fato curioso já que a Islândia não é nem de longe tão fria quanto a Antártida, onde nem mosquitos ou pessoas conseguiriam sobreviver à exposição às suas temperaturas por muito tempo. Chama a atenção também que países relativamente próximos à Islândia, como Noruega, Dinamarca e até Groenlândia, possuem mosquitos.
Gísli Már Gíslason, um biólogo da Universidade da Islândia, disse em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times que os mosquitos não conseguiram colonizar a Islândia como fazem em outros lugares. E a teoria mais provável apresentada até agora é que o clima oceânico da Islândia os mantém afastados.
Além disso, quando os mosquitos põem ovos em um clima frio, as larvas emergem com o degelo, permitindo que se reproduzam e se multipliquem. Na Islândia, no entanto, normalmente há três grandes congelamentos e descongelamentos por ano, criando condições que podem ser instáveis demais para a sobrevivência do inseto.
Só que com o aquecimento global causado pelas mudanças climáticas afetando as temperaturas de todo o planeta, talvez a população e os turistas da Islândia não fiquem livres de mosquitos por muito mais tempo.
Segundo o biólogo Gíslason, nos últimos 20 anos, cerca de 200 novas espécies de insetos se estabeleceram na Islândia, os quais antes não podiam se desenvolver no país. “Se o aquecimento global continuar, é possível que encontremos mosquitos na Islândia em um futuro próximo”.