A única espécie de urso que vive na América do Sul é exclusiva da região dos Andes e corre risco de desaparecer, de acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Trata-se do urso-de-óculos (Tremarctos ornatus), também conhecido como urso andino, uma das oito espécies da família Ursidae, como detalha a plataforma online especializada em biodiversidade.
Para saber mais sobre esse animal, National Geographic listou quatro curiosidades sobre ele que reforçam sua singularidade, como por exemplo, o fato de que ele não hiberna.
O urso andino tem tamanho médio e sua pelagem natural no corpo todo é negra. Ocasionalmente pode ser vermelha-amarronzada, com exceção das partes mais claras em seu focinho.
Por serem excelentes escaladores, os ursos andinos costumam construir plataformas nas árvores onde descansam, se alimentam de frutas e carcaças, e guardam comida para quando precisam.
Quando o assunto é seu habitat, eles são encontrados em vários pontos da América do Sul, vivendo nos chamados Andes tropicais, descreve a IUCN. Os Andes são uma cadeia de montanhas que atravessa Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e parte da Venezuela, e o animal pode circular por todos estes países.
Dentro desse território andino estão diversos ecossistemas, como florestas tropicais secas, florestas tropicais úmidas de terras baixas e montanhosas, matagais tropicais secos e úmidos, e pastagens de alta altitude, todos passíveis de possuírem o animal. Infelizmente, esses ursos não existem no Brasil.
É natural imaginar que todas as espécies de ursos entram em um estado de torpor, ou seja, a hibernação, durante os meses mais rigorosos do inverno. No entanto, esse não é o caso do do urso andino.
Como seu alimento fica disponível o ano todo na maior parte de seu habitat, os ursos-de-óculos não hibernam, afirma o órgão mundial de conservação.
As manchas brancas ou castanhas em forma de anel ao redor dos olhos (como visto no recém-nascido da foto) são o que lhe dá o nome de “urso de óculos”.
O Tremarctos ornatus possui marcas brancas ou bronzeadas em forma de anel ao redor dos olhos, características marcantes da espécie. "São essas marcas em forma de óculos que dão ao animal o nome", explica o Animal Diversity Web (ADW), uma enciclopédia de dados on-line mantida pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
As manchas que marcam sua pelagem contrastam com a cor preta e uniforme do resto do corpo do animal, que em alguns casos pode assumir também um tom marrom-avermelhados.
Em relação ao seu tamanho, o urso andino tem porte médio, uma cauda curta de cerca de sete centímetros de comprimento, orelhas pequenas e redondas, um pescoço curto e grosso, e um focinho robusto, detalha o ADW.
Conforme descrito pela IUCN, os ursos-de-óculos possuem várias adaptações físicas que lhes permitem um estilo de vida onívoro. Os exemplos incluem modificações anatômicas do crânio e da dentição para mastigação, e um pseudo-polegar que ajuda a consumir alimentos vegetais duros e fibrosos.
Tanto a IUCN quanto a ADW destacam a preferência do animal por bromélias (uma família de plantas do gênero Bromeliaceae) como alimento. Eles também comem frutas, que fornecem os carboidratos, proteínas e gorduras necessários, além de palmeiras, musgo, cactos e outras espécies de plantas.
Eles também se alimentam de mamíferos de maneira oportunista. Isso significa que podem comer coelhos e antas da montanha, e até mesmo gado doméstico quando estes pastem em liberdade, detalha a IUCN.