O professor Pedro Côrtes, analista de clima e meio ambiente da CNN, durante o quadro CNN Terra, exibido durante o CNN Prime Time, explica que o estudo não considera apenas a temperatura, mas também a umidade. “Um dos principais mecanismos que nós temos para regular a temperatura do nosso corpo é o suor. O suor, à medida que vai evaporando, vai retirando o calor excessivo do nosso corpo, só que dependendo do nível de umidade, ele pode ter dificuldade em evaporar”, esclarece.
Esta combinação de calor extremo e alta umidade pode comprometer significativamente a capacidade do corpo humano de se autorregular termicamente, tornando certas áreas inabitáveis.
Uma análise das últimas décadas revela um aumento progressivo das áreas afetadas pelo calor intenso no Brasil. Mapas mostram que, desde 1984, as manchas vermelhas indicativas de altas temperaturas têm se expandido no centro do país, avançando para o sul e chegando até os Andes.
O fenômeno não se restringe ao Brasil. Nos Estados Unidos, a região oeste, especialmente a Califórnia, tem se tornado mais quente e propensa a incêndios florestais. O norte da África também apresenta um padrão similar de aquecimento.
Para reverter esse cenário alarmante, o professor Cortes enfatiza a necessidade de medidas drásticas: “O correto seria não só interromper o desmatamento, mas também iniciar a recuperação florestal, ou seja, recuperar as áreas degradadas”. Ele ressalta a importância de repor a umidade na atmosfera e recuperar as terras para manter o Brasil como um país rico em recursos hídricos.
No cenário político internacional, a possível candidatura de Kamala Harris nos Estados Unidos é vista com otimismo, dada sua história de atuação em questões ambientais. Contudo, o forte lobby da indústria de petróleo e gás representa um desafio significativo para a implementação de políticas ambientais mais rigorosas.
O estudo da Nasa serve como um alerta urgente para a necessidade de ações imediatas contra as mudanças climáticas, não apenas no Brasil, mas em escala global. A preservação de nossos recursos naturais e a adoção de práticas sustentáveis são cruciais para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.