O achado foi compartilhado hoje (15) pelo Departamento de Conservação de Otago, região situada na parte sudeste da Ilha Sul (a maior das ilhas neozelandesas). A baleia era um macho de 5 metros de comprimento, que encalhou já sem vida na areia.
O macho foi removido da praia pela empresa local Trevor King Earthmoving, acompanhados por membros do conselho indígena rūnaka, juntamente com o Museu de Otago. O animal está agora em um depósito refrigerado, para que seus restos sejam preservados.
O status de conservação da espécie apresenta "dados insuficientes", segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Isso quer dizer que, de tão desconhecida, pesquisadores sequer sabem estimar quantos exemplares existem, seu estado de conservação e ocorrência, além de informações como comportamento e dieta.
"As baleias-bicuda-de-bahamonde são uma das espécies de mamíferos grandes menos conhecidas dos tempos modernos", afirma em comunicado Gabe Davies, gerente de operações do Departamento de Conservação de Otago.
Segundo o porta-voz, a notícia do encalhe é especialmente preocupante porque somente 6 amostras de baleia-bicuda-de-bahamonde foram identificadas em todo o mundo desde 1800 — das quais todas, exceto uma, eram da Nova Zelândia.
Por outro lado, a descoberta do cadáver é uma oportunidade para que o novo exemplar baleia-bicuda-de-bahamonde seja dissecada e estudada. Amostras genéticas do animal foram enviadas para a Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e farão parte de um acervo.
"Pode levar várias semanas ou meses para que o DNA seja processado e um ID final da espécie seja confirmado", informou o Departamento de Conservação de Otago, que realiza uma parceria com a área de Te Rūnanga ō Ōtākou oara visando elaborar um plano para os restos mortais da baleia.
A espécie foi descrita pela primeira vez em 1874 a partir de apenas uma mandíbula inferior e dois dentes coletados na Ilha Pitt, no território neozelandês. Essa amostra, junto com ossadas de dois outros exemplares encontrados na Ilha Branca, também na Nova Zelândia, e na Ilha Robinson Crusoe (esta no Chile), permitiu que os cientistas confirmassem uma nova espécie.
Em 2010, foram descobertos os primeiros exemplares intactos de baleia-bicuda-de-bahamonde. Foi a primeira vez que pesquisadores tiveram acesso ao corpo do animal, sem contar fósseis. Na ocasião, uma mãe e filhote encalharam na Baía de Plenty, na Nova Zelândia. Em 2017, outro encalhe foi registrado em Gisborne, no nordeste neozelandês.