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Dois asteroides vão passar próximo à Terra esta semana – um deles, muito próximo

Não há riscos de impacto com o planeta. Porém, a demora para identificar a passagem de um dos asteroides reforça necessidade maior preparo para lidar com ameaças do tipo

Publicada em 26/06/24 às 08:23h - 55 visualizações

por Kativa FM \\ Galileu


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 (Foto: Kativa FM \\ Galileu)
Dois asteroides vão passar próximo à Terra nesta semana, segundo a ESA (Agência Espacial Europeia). Embora não apresentem riscos de colisão, a descoberta tardia de um deles reforça a urgência em se melhorar os sistemas de detecção dos objetos próximos ao nosso planeta (NEOs, na sigla em inglês). Ganham esse nome objetos espaciais cujas rotas chegam a 45 milhões de quilômetros de distância da órbita terrestre.

O asteroide nomeado “(415029) 2011 UL21” será o primeiro a passar próximo à Terra, e foi o primeiro também a ser identificado, há mais de dez anos, em 17 de outubro de 2011. Ele deverá ficar mais próximo ao nosso planeta na próxima quinta-feira (27). Com diâmetro de 2.310 metros, o corpo celeste é maior do que 99% de todos os NEOs conhecidos. Ele ficará a uma distância de 6,6 milhões de quilômetros da superfície da Terra.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), a órbita deste asteroide em torno do Sol é fortemente inclinada, o que é incomum para um objeto tão grande. A maioria dos corpos do sistema solar, incluindo os planetas, orbitam em plano equatorial em relação ao Sol.


O asteroide (415029) 2011 UL21 passará pela Terra em 27 de junho, às 17h14 (horário de Brasília) — Foto: ESAO asteroide (415029) 2011 UL21 passará pela Terra em 27 de junho, às 17h14 (horário de Brasília) — Foto: ESA

Tal inclinação pode ser resultado de interações gravitacionais com um grande planeta. Júpiter, por exemplo, é conhecido por ter, historicamente, desviado com sua órbita asteroides que, outrora, vinham em direção à Terra.

Em nota à imprensa, especialistas da ESA indicam que (415029) 2011 UL21 está em “ressonância 11:34” com a Terra. Isso significa que o asteroide completa 11 voltas em torno do Sol quase no mesmo período em que o nosso planeta completa 34 voltas. Ou seja, a cada 34 anos, este mesmo corpo estará alinhado com a Terra e poderá ser visto no espaço.


O segundo asteroide a passar próximo do planeta esta semana recebeu o nome “2024 MK”, e será visível neste domingo (29). Sua descoberta foi feita há cerca de uma semana, no dia 16 de junho.


O asteróide 2024 MK passará pela Terra em 29 de junho aproximadamente às 10h45 (horário de Brasília) — Foto: ESAO asteróide 2024 MK passará pela Terra em 29 de junho aproximadamente às 10h45 (horário de Brasília) — Foto: ESA

Calcula-se que o 2024 MK possua tamanho entre 120 e 260m. Em sua trajetória, o asteroide deve ficar a uma distância de 290 mil quilômetros da superfície terrestre -- pouco, se considerarmos a escala astronômica. Isso equivale a cerca de 75% da distância existente entre a Terra e a Lua. Por isso, o objeto espacial poderá ser observado com a ajuda de um pequeno telescópio.

Apesar da proximidade, a ESA reitera que o asteroide não traz riscos de impacto no planeta. No entanto, um corpo celeste deste tamanho causaria danos consideráveis se o fizesse, principalmente se caísse próximo de centros urbanos ou outras regiões muito populosas.

Monitoração dos NEOs

Como vimos acima, são considerados asteroides próximos à Terra corpos celestes que se aproximam da órbita do planeta a uma distância de até 45 milhões de quilômetros -- ou então, 195 milhões de quilômetros da órbita do Sol. Por isso, tanto (415029) 2011 UL21, a 6,6 milhões de quilômetros, quanto 2024 MK, a 290 mil quilômetros, podem ser classificados como NEOs.


Nos últimos 20 anos, a ESA tem investido na detecção e análise de NEOs potencialmente perigosos. A agência estima que existam cerca de 5 milhões de corpos celestes com dimensões superiores a 20m (o limite acima do qual um impacto pode causar danos no solo) orbitando o sistema solar.


Em nota, o Gabinete de Defesa Planetária da ESA afirma que está fazendo uma série de projetos dedicados a melhorar a capacidade de detectar, rastrear e – caso necessário – combater a ameaça de asteroides potencialmente perigosos. “Com lançamento ainda este ano, a missão Hera faz parte do primeiro teste mundial de deflexão de asteroides”, destaca a agência.

A missão Hera fará um levantamento detalhado pós-impacto do asteroide Dimorphos à missão DART da Nasa, em setembro de 2022, e ajudará a transformar o experimento em uma técnica de defesa planetária viável. Da mesma forma, em terra, a ESA está desenvolvendo uma rede de telescópios Flyeye que utilizará o seu amplo campo de visão para varrer automaticamente o céu todas as noites em busca de novos NEOs.

Além disso, o NEOMIR é outra ferramenta citada pela agência como nova tecnologia a ser implementada no combate às ameaças espaciais. Previsto para orbitar uma região do espaço entre a Terra e o Sol, o satélite usará luz infravermelha para detectar asteroides que se aproximem do planeta vindos de regiões do espaço que não podem ser vistas do solo.


A preocupação parece vir no momento certo. O último exercício bienal de defesa planetária conduzido pela Nasa demonstrou que, frente a ameaças espaciais que estejam em rota de colisão com a Terra, a capacidade de resposta humana ainda não é suficiente para evitar uma tragédia.

O próximo objeto a ficar ainda mais próximo à Terra que o 2024 MK vai passar a 38 mil km de distância em 2029. Bom, pelo menos, o primeiro que os astrônomos conseguiram detectar até agora. Você pode conferir uma lista dos principais NEOs conhecidos neste link.




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