Aparições do Regalecus glesne, popularmente conhecido como “peixe-remo”, “peixe do fim do mundo” e “peixe do juízo final”, em praias do México (ocorreu no Mar de Cortez, perto de Cabo San Lucas) e do Vietnã (próximo da cidade de Hue), em 2024, atraíram a atenção para este animal marinho gigante de características bastante particulares.
A começar pela lenda que o envolve: ela diz que avistar o peixe-remo pode significar que algum desastre natural vai acontecer, pois o animal vive nas profundezas dos oceanos e em quase todos os mares do planeta – exceto nos polos. É o que explica a Ocean Conservancy, instituição de defesa ambiental sem fins lucrativos com sede em Washington, Estados Unidos.
No entanto, não existem evidências científicas de que esses animais estejam conectados, de qualquer forma, à ocorrência de terremotos ou tsunamis.
Entre os nomes pelos quais o Regalecus glesne é conhecido estão peixe-remo, "peixe do fim do mundo" e "peixe do juízo final".
Também conhecidos por seu tamanho bem pouco usual – o “peixe do fim do mundo” alcança até 11 metros de comprimento e 200 kg – e tem um corpo alongado e prateado. A Ocean Conservancy lista mais algumas curiosidades que se conhece sobre ele:
1. A origem do nome "peixe do fim do mundo” ou “peixe do juízo final": esses animais são chamados assim por sua associação a desastres naturais, especialmente a terremotos. Certas lendas que mencionam o Regalecus glesne estariam ligadas ao fato de serem mais vistos, antes de eventos sísmicos significativos, diz a Ocean Conservancy.
2. O peixe-remo foi visto antes de um enorme terremoto no Japão: entre as aparições que reforçam o mito desse peixe ligado a acontecimentos catastróficos está o fato de ele ter sido registrado em 2011, antes do grande terremoto que também gerou um tsunami. O Sismo e Tsunami de Tohoku, como foi chamado, é o que atingiu o reator nuclear da cidade de Fukushima, conta a entidade norte-americana.
3. O peixe-remo flutua verticalmente: um dos fatos mais curiosos ligados ao Regalecus glesne é ele nadar verticalmente. Como ele é prateado, esse ato de flutuar também funciona como camuflagem, já que ele usa os reflexos da luz na água para não ser visto. Seu tamanho e formato do corpo também explicam porque seu nome está associado a um remo.
4. O habitat dos peixes-remo fica nas profundezas: eles vivem nas áreas abissais dos oceanos – a chamada zona mesopelágica (águas abaixo de 1 mil metros) – sendo raramente vistos na superfície. Isso reforça o porquê de serem chamados de “peixe do fim do mundo”, já que só surgem quando estão doentes, desorientados ou morrendo, detalha a Ocean Conservancy. As mudanças nas correntes marinhas e a temperatura das águas também podem influenciar nessas aparições.
5. O papel do peixe-remo no meio-ambiente ainda é desconhecido: como o ecossistema típico deste peixe é bastante difícil de ser acessado, mesmo para pesquisas, o animal ainda é pouco estudado pelos especialistas. Isso ajuda a manter os mitos em torno do peixe-remo reaparecendo de tempos em tempos.