Desde 2008, a Organização das Nações Unidas (ONU) comemora a cada dia 8 de junho o Dia Mundial dos Oceanos, para destacar a importância desse ecossistema que cobre mais de 70% da Terra. Em 2024, a ONU e sua Divisão de Assuntos Oceânicos decidiu celebrar a data no dia 07 de junho, sexta-feira, como informado no site oficial.
Com ações em diferentes partes do mundo, a data é também um alerta para a importância do cuidado com os oceanos e os inúmeros perigos que as mudanças climáticas representam por conta especialmente do aquecimento global e o consequente aumento dos níveis dos mares.
As mudanças climáticas já estão causando um aumento na frequência e na intensidade de ondas de calor, furacões, secas mais frequentes, incêndios florestais e afetando gravemente a elevação do nível do mar e mudanças na precipitação e na evapotranspiração e esses efeitos quase certamente aumentarão no futuro.
As calotas polares da Antártida (foto) e do Ártico sofrem processos de derretimento causados pelo aquecimento global.
No Dia Mundial do Meio Ambiente de 2024, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou que existe uma chance de 80% de que, em pelo menos um dos próximos cinco anos, a temperatura média global anual ultrapasse temporariamente 1,5°C acima dos níveis pré-industriais – o que impacta diretamente o derretimento das calotas polares e aumento do nível dos mares.
Em março de 2024, a revista científica Nature publicou um novo estudo sobre a elevação dos níveis dos oceanos, com enfoque nas consequências para as cidades litorâneas dos Estados Unidos até 2050. Porém, outros estudos alertam para o perigo em todo mundo, com possibilidade de países inteiros desaparecerem.
Veja a seguir, alguns lugares do planeta que podem desaparecer caso o aquecimento global siga ou ultrapasse os níveis de 1,5ºC acima dos índices pré-industriais.
No estudo recente da Nature, já podemos observar que importantes cidades litorâneas dos Estados Unidos estão realmente ameaçadas de desaparecer até 2050. De acordo com a publicação, a projeção é de que o nível do mar ao longo do litoral norte-americano suba de 0,25 a 0,3 metros até 2050, aumentando a probabilidade de enchentes e inundações mais destrutivas nas principais cidades da Costa Leste (como Boston, Nova York, Miami, New Orleans, entre outras) e também da Costa Oeste (San Diego, Long Beach, San Francisco e demais cidades especialmente na costa da Califórnia).
Outras regiões em perigo real por conta do aquecimento global e elevação dos níveis oceânicos. Em outro estudo publicado também na Nature, em 2019, era avaliado os riscos até 2050 em diferentes locais do planeta Terra, com base em cálculos de satélites de uma forma mais precisa de medir os efeitos do aumento do nível do mar em grandes áreas.
A famosa e turística ilha de Phi Phi, na Tailândia - um dos países asiáticos com regiões ameaçadas pelo aumento dos níveis dos oceanos.
Muitos países na Ásia podem ser afetados, segundo esse artigo. O Sul do Vietnã pode praticamente desaparecer em menos de 30 anos, tendo a parte inferior do país submersa em temporadas de maré alta e até definitivamente. Sendo que mais de 20 milhões de pessoas do país vivem em terras que serão inundadas. Também Jacarta, a capital da Indonésia, poderá também ficar completamente submersa de água até 2050.
A Tailândia é um país asiático que também poderá ser afetado. De acordo com o estudo, mais de 10% dos cidadãos tailandeses vivem em terras que provavelmente serão inundadas até 2050. A capital política e comercial, Bangkok, está particularmente ameaçada. Cidades na China também estão na lista de possíveis locais que podem desaparecer ou sofrer graves danos, como Xangai – cidade importante da Ásia.
Outra grande e populosa metrópole mundial, Mumbai, na Índia, também está na rota de desaparecimento por conta do aumento dos níveis dos mares. Construído sobre o que antes era uma série de ilhas, o centro histórico da cidade é particularmente vulnerável.
Este ano, o tema da ONU para o Dia Mundial dos Oceanos é “Awaken New Depths”, algo como “Despertar de Novas Profundezas” (em tradução livre) para tentar alertar o mundo e mostrar como a nossa relação com o oceano precisa mudar urgentemente. E, ainda, motivar um impulso generalizado em prol do oceano, como descreve o site da celebração de 2024.