(64) 9 9989 9911

NO AR

Comando da Madrugada

Com Leandro Rueda

Ciência

Cientistas descobrem qual é a parte do cérebro que nos faz querer ajudar uns aos outros

O córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC), já conhecido por ser importante para a tomada de decisões, desempenha um papel também na vontade de ajudar os outros

Publicada em 27/05/24 às 18:11h - 29 visualizações

por Kativa FM \\ Galileu


Compartilhe
 

Link da Notícia:

Os resultados foram obtidos a partir de um estudo de pacientes com lesões cerebrais no vmPFC — Foto: Freepik  (Foto: Kativa FM \\ Galileu)
Chamadas de interações “pró-sociais”, uma melhor compreensão da vontade humana de ajudar uns aos outros pode ser uma peça-chave para entender como as pessoas podem ser incentivadas a enfrentar grandes desafios globais, como as mudanças climáticasdoenças infecciosas e os conflitos internacionais.

Um estudo coordenado por pesquisadores da Universidade de Birmingham e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, deu um passo importante nesse sentido. Os cientistas descobriram que as decisões de “ajuda” são tomadas por uma parte específica do cérebro: o córtex pré-frontal ventromedial (vmPFC). Os resultados foram divugados pela equipe em um artigo no periódico Nature Human Behavior, nesta segunda-feira (27).

Principalmente responsável pelo raciocínio social e pela tomada de decisões, o vmPFC está localizado bem na parte da frente do cérebro. Estudos anteriores já haviam o associado a escolhas que envolvem uma compensação entre as recompensas disponíveis e o esforço necessário para obtê-las. Porém, utilizando apenas imagens de ressonância magnética (MRI), essas pesquisas não conseguiram determinar com certeza se essa parte era essencial para tais funções sociais.

Para alcançar esses resultados, três grupos de participantes foram recrutados: 25 pacientes com danos prévios no vmPFC, 15 pacientes com danos em outras partes do cérebro, e 40 indivíduos saudáveis e pareados por idade e sexo – servindo como grupo de controle. A divisão permitiu que os pesquisadores testassem especificamente o impacto dos danos ao vmPFC a determinadas ações.

Cada participante foi então colocado para conhecer outro, de forma que não se vissem, apenas conversassem. Em seguida, eles realizaram uma tarefa de tomada de decisão que mediu sua disposição para exercer esforço físico, que consistia em apertar com força um dispositivo, a fim de ganhar recompensas em dinheiro para si mesmos e para outra pessoa.

Observou-se que, ao apresentá-los de forma anônima, foi possível transmitir a sensação de que os esforços dos participantes teriam consequências reais – mesmo com todas as informações sobre a outra pessoa ocultadas. Cada escolha variava com a quantidade de bônus em dinheiro disponível para eles ou para outra pessoa e na força necessária para obtê-lo. Isso permitiu aos pesquisadores medir separadamente o impacto da recompensa e do esforço.

Por meio de modelos matemáticos avançados para identificar e quantificar a motivação dos indivíduos, foi comprovado que o vmPFC era essencial para motivar a ajuda aos outros. Pacientes com danos nessa parte do cérebro estavam menos dispostos a escolher ajudar os outros, exerciam menos força se decidiam ajudar e ganhavam menos dinheiro para ajudarem comparação aos outros.

"Além de compreender melhor a motivação pró-social, este estudo também pode nos ajudar a desenvolver novos tratamentos para distúrbios clínicos como a psicopatia, onde a compreensão dos mecanismos neurais subjacentes pode nos dar novos insights sobre como tratar essas condições", diz Jo Cutler, um dos autores do estudo, em comunicado.

Também foi utilizada uma técnica de mapeamento de sintomas de lesões, que lhes permitiu identificar sub-regiões ainda mais específicas dentro do vmPFC. Áreas onde os danos tornavam as pessoas particularmente antissociais e menos dispostas a ajudar as outras foram identificadas. Contudo, surpreendentemente, danos a uma parte próxima ao vmPFC tornaram as pessoas relativamente mais dispostas a ajudar.

“Esta região do cérebro é particularmente interessante porque sabemos que ela passa por um desenvolvimento tardio nos adolescentes e também muda à medida que envelhecemos”, explica Patricia Lockwood, professora da Universidade de Birmingham. “Será realmente interessante ver se esta área do cérebro também pode ser influenciada pela educação – podemos aprender a ajudar melhor os outros?”





ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário


Insira os caracteres no campo abaixo:








.

ESTA RÁDIO É SUA

(64) 3631- 1392

Copyright (c) 2024 - Kativa FM \"Essa Rádio é Sua\" - Jataí - GO