A farinha para preparar a tapioca vem da fécula de mandioca, que é extraída da raiz do tubérculo e passa por um processo de secagem e de moagem, é transformada então em uma farinha fina, que é conhecida como polvilho doce, explica a nutricionista Thaís Barca. Para preparar a tapioca, essa farinha precisa ser hidratada e peneirada, só que atualmente já é vendido no comércio essa massa pronta para fazer a tapioca.
Quem busca um alimento de fácil digestão para comer em qualquer momento do dia e de preparação simples, a tapioca é perfeita. “Para fazer a tapioca, basta aquecer uma frigideira e colocar um pouco dessa farinha/goma, sem necessidade de qualquer tipo de óleo. Rapidamente irá se formar uma espécie de crepe”, explica a nutricionista.
Thaís Barca destaca o fato da tapioca ser uma fonte de carboidrato de fácil digestão, portanto fornece energia de forma rápida ao organismo. “A tapioca metaboliza rapidamente, então seu consumo pode ser benéfico em alguns momentos, como por exemplo em uma situação pré-treino, antes de praticar uma atividade física, em que a pessoa precisa de energia rápido", afirma.
Por ter como base a mandioca, a tapioca é um prato naturalmente livre de glúten, explica a nutricionista. Com isso, se torna uma ótima opção de alimento para a dieta de quem possui restrição alimentar por sensibilidade ou intolerância (doença celíaca) à proteína do glúten (presente em outras fontes de carboidratos, especialmente em cereais como trigo, centeio e cevada, entre outros).
Assim, quem tem algum tipo de restrição ao glúten pode usar a tapioca como uma fonte de carboidrato nas refeições e usar o prato como um aliado para uma rotina alimentar variada.
Por parecer um crepe, a tapioca pode receber os mais diversos tipos de recheio salgados ou doces. Porém, é isso que vai definir seu nível nutricional e transformar o prato em uma opção saudável ou não, ressalta Thaís. Para o equilíbrio nutricional, é preciso saber que a tapioca é pobre em outros nutrientes como proteína e lipídios. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos do Conselho Federal de Nutricionistas do Brasil revela que apesar de ter baixo teor de proteínas, lipídios e fibras, o polvilho doce da tapioca é fonte de cálcio e magnésio.
Assim, para que a tapioca seja saudável é importante usar recheios que deixem o prato mais equilibrado: “É interessante usar recheios que forneçam nutrientes que faltam na tapioca. É bom usar vegetais, proteínas magras, gordura boa como a do azeite extra virgem ou abacate. Uma de tapioca saudável e com mais nutrientes seria, por exemplo, recheada com atum, folhas verdes escuras (como rúcula) e alguns legumes ralados crus (abobrinha ralada)”, indica a nutricionista.
É importante dizer que é possível engordar comendo tapioca, mas não por conta dela em si mas dos recheios adicionados. Por exemplo, “se a pessoa usar recheios muito calóricos como queijos gordurosos, manteiga, leite condensado ou chocolate, isso pode sim contribuir para um consumo calórico excessivo e facilitar o ganho de peso”, explica Thais.
Independente de ter ou não alguma restrição ao glúten, a tapioca pode ser uma opção para substituir o pão no café da manhã ou em um lanche da tarde, por exemplo. Como é uma fonte de carboidrato de fácil e rápida digestão, “a tapioca pode substituir outros alimentos que tem o propósito semelhante, como batata, mandioquinha, arroz, inhame, macarrão e todos os cereais que são fontes de carboidrato. Seria mais uma opção para diversificar a dieta”, explica Thaís Barca.
Vale a pena ter atenção ao substituir o pão pela tapioca, por exemplo, apesar dos dois serem fontes de carboidrato. Thais Barca afirma que 100 gramas de pão francês, que equivale mais ou menos a duas unidades de pãozinho, e 100 gramas de tapioca, que equivale a uma unidade grande, possuem um volume de calorias é similar, sendo que a tapioca tem 50 calorias a mais, totalizando cerca de 351 calorias na tapioca, 300 no pão – sem recheio.
Já a quantidade de carboidrato da tapioca é maior, então 100 gramas de tapioca tem cerca de 87 gramas de carboidrato, sendo que as duas unidades do pão francês têm em média 57 gramas de carboidrato. Só que o pãozinho tem algo que a tapioca não tem: proteína. Então, dois pães franceses têm 8 gramas de proteína, sendo que a tapioca tem zero.
A tapioca é uma farinha extraída da mandioca, um tubérculo que é bastante comum em toda a América do Sul.
Como visto acima, a tapioca pode ser uma alternativa boa para a alimentação do dia a dia, com ou sem restrições alimentares, dependendo do recheio utilizado. Porém, por justamente ser um carboidrato de fácil digestão e fornecimento rápido de energia, há um grupo de pessoas que pode precisar evitar ou até limitar o seu consumo, de acordo com necessidades específicas de saúde, como, por exemplo, pessoas com diabetes.
Entenda o porquê: “como a tapioca tem alto teor de carboidrato e zero fibra, seu carboidrato vai rapidamente para a corrente sanguínea, aumentando os níveis de açúcar no sangue – o que é prejudicial aos diabéticos”, explica a nutricionista. A profissional indica que esse grupo deve ter mais cuidado ou um consumo orientado da tapioca, devido ao maior índice glicêmico.