O Brasil vem vivenciando de perto diversas consequências das mudanças climáticas, com vários períodos com ondas de calor, secas em rios e enchentes monumentais, como a que atingiu o estado do Rio Grande do Sul no último mês de maio. Além de todos os problemas e perigos enfrentados pela população com esses eventos climáticos extremos, lidar com animais peçonhentos faz parte também dessa realidade.
Em enchentes, o risco das pessoas terem contato com animais peçonhentos como aranhas, escorpiões e cobras aumenta muito. Isso porque eles tentam fugir do alagamento se protegendo em locais secos. Ou em abrigos e estabelecimentos não afetados pelas águas – e que são justamente onde as pessoas também procuram se abrigar, como explica o Instituto Butantan (instituição governamental de São Paulo, no Brasil, que desde 1901 estuda animais, faz pesquisas científicas e produção de imunobiológicos).
Além disso, alguns animais não conseguem encontrar um local para se refugiar e morrem. Nestes dois cenários, a população de locais inundados deve adotar cuidados e medidas sanitárias para evitar possíveis envenenamentos por picada e também infecções causadas pelo manuseio dessas carcaças.
Veja, a seguir, que cuidados é preciso ter caso se encontre animais peçonhentos ou mortos dentro do cenário de inundações ou enchentes:
Registro de uma operação de resgate do Corpo de Bombeiros na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Para evitar possíveis acidentes e picadas indesejadas de animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, o Butantan recomenda não mexer em buracos, frestas, ou locais com entulho sem algum tipo de proteção para mãos e pés. Isso porque aranhas, escorpiões e cobras podem ter se escondido em entulhos em busca de local seco.
O Butantan indica, seja realmente necessário movimentar escombros em lugares como esses, utilizar sempre cabos de vassoura ou pedaços de madeira, e nunca usar a mão diretamente. Preferencialmente, deve-se usar luvas e evitar ao máximo andar descalço, optando por sapatos fechados, como botas de borracha, para proteção.
“As cobras, assim como os humanos e os animais domésticos, estão mais estressadas que o normal nessas situações, porque perderam seu habitat natural e isso pode aumentar o risco de acidentes. Nas áreas afetadas pelas enchentes, as serpentes mais perigosas são as jararacas, as cascavéis e a coral verdadeira, que são bastante venenosas”, esclareceu Silvia Cardoso, pesquisadora científica e coordenadora de manutenção animal do Museu Biológico do Butantan, no site da instituição.
O Ministério da Saúde do Governo Federal do Brasil também dá outras dicas essenciais para se proteger do contato com essas espécies peçonhentas:
Já no caso de encontrar algum animal morto – seja peçonhento ou ratos, baratas, entre outros – é preciso ter muito cuidado se for preciso remover os corpos desses bichos, como informa o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A fonte dá as seguintes indicações:
Outros animais silvestres, como jacarés e lagartos, também podem aparecer nas áreas urbanas alagadas, e precisam de resgate especializado. Se encontrar esse tipo de animal também não tente retirá-los do local sozinho. A pessoa pode se ferir ou acabar cometendo um crime ambiental, como orienta a Comissão de Animais Silvestres, Exóticos e de Desastres do Rio Grande do Sul. Chame a Defesa Civil ou Bombeiros.