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Essa é uma boa notícia para o peixe criticamente ameaçado que vive na caverna submersa Devils Hole perto da Reserva Nacional da Vida Selvagem de Ash Meadows, em Nevada, nos Estados Unidos. Os Cyprinodon diabolia habitam o menor habitat de qualquer espécie de vertebrado, nos primeiros quase 25 metros da caverna, e dependem de uma prateleira rasa e iluminada pelo sol na entrada do local para se alimentarem e desovarem.
Os restos do Furacão Hilary afetaram Devils Hole em agosto de 2023. Embora as inundações possam ter efeitos negativos nos peixes a curto prazo, elas beneficiaram principalmente o ecossistema, adicionando nutrientes vindos da superfície terrestre circundante em uma fina camada de argila e lodo.
"É emocionante ver uma tendência crescente, especialmente nesta população altamente variável [de peixe]”, afirma Michael Schwemm, Biólogo Sênior de Peixes do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA. "O aumento dos números permite às agências de gestão considerar pesquisas que podem não ter sido possíveis no passado, quando até mesmo pequenas perturbações no habitat ou nos peixes tinham que ser completamente evitadas."
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A última contagem do "Cyprinodon diabolia" ocorreu nos dias 6 e 7 de abril de 2024 — Foto: Olin Feuerbacher/ USFWS/ Wikipedia
A contagem dos peixes é realizada a cada primavera e outono no Hemisfério Norte, seguindo protocolos padronizados. Na última vez, nos dias 6 e 7 de abril de 2024, cientistas usaram equipamento de mergulho para percorrer a caverna enquanto outro grupo de pesquisadores contou o número dos animais na prateleira rasa da água.
Antes dos anos 1990, foram contabilizados cerca de 200 a 250 peixinhos-do-buraco-do-diabo a cada primavera norte-americana. Por cerca de 20 anos, a população da espécie caiu para uma média de cerca de 90 peixes, atingindo um mínimo histórico de apenas 35 em 2013.
"As altas contagens [desse peixe] na primavera e outono recentes mostram a importância de manter dados de longo prazo enquanto trabalhamos para descobrir o que mudou”, disse Kevin Wilson, Ecologista Aquático do Parque Nacional do Vale da Morte.
O aumento dos números de peixinhos-do-buraco-do-diabo sugere mudanças positivas no ecossistema. A contagem populacional de abril de 2024 foi a maior desde 1999.
Os cientistas viram durante o mergulho mais recente muitos pares de peixinhos-do-buraco-do-diabo cortejando e desovando, podendo representar um aumento na próxima contagem, prevista para acontecer no outono americano de 2024, entre os meses setembro a novembro.
