O mosquito que transmite a dengue (e também de outras doenças como zika, a febre amarela e chikungunya) é o Aedes aegypti – vetor de transmissão dos vírus conhecidos como o arbovírus, como explica a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Apesar dessa espécie de mosquito estar muito presente nas Américas, especialmente na América do Sul, ela não é originária da região – que atualmente enfrenta vários casos de dengue em uma epidemia alertada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), principalmente no Brasil e na Argentina.
O Aedes aegypti é originário da África e se espalhou pelo mundo. Ele foi introduzido nas Américas após a chegada dos europeus no continente, conforme explica o artigo da National Geographic: “Qual é a origem do mosquito transmissor da dengue?”.
Larvas do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue) criadas no Laboratório da Fiocruz no Rio de Janeiro (Brasil).
A dengue é uma infecção viral transmitida justamente com a picada das fêmeas de mosquitos do Aedes aegypti infectados com o vírus – e não há um tratamento específico, apesar de já existir vacina contra a dengue.
O mais indicado segundo a Opas é a prevenção da doença por meio da conscientização da população para diminuir a proliferação do mosquito da dengue e o uso de repelentes específicos para evitar possíveis picadas.
Mas como identificar se um mosquito é o Aedes aegypti ou outro inseto parecido, como um pernilongo comum? Quais são suas principais características? Descubra, a seguir, e se proteja de possíveis picadas.
O mosquito da dengue é preto com listras brancas na cabeça, no corpo e nas pernas, e suas asas são translúcidas, como explica o site da Secretaria de Saúde do estado do Espírito Santo, que fica na região sudeste do Brasil e é uma das áreas mais afetadas pela epidemia de dengue de 2024.
Outra característica importante para identificá-lo é que o Aedes aegypti é um mosquito bem pequeno, tendo apenas de 3 a 4 milímetros. Os machos dessa espécie alimentam-se exclusivamente de frutas. Já as fêmeas, no entanto, necessitam de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas de objetos próximos à superfície de algum local com água parada.
Acima, uma fêmea do Aedes aegypti fotografada no Laboratório da Fiocruz no Rio de Janeiro (Brasil). São justamente as fêmeas desse mosquito que transmitem o vírus da dengue.
No momento em que a fêmea põe os ovos eles são brancos, mas logo se tornam negros e brilhantes. As fêmeas do Aedes aegypti colocam de 100 a 200 ovos por mês, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição ligada ao Ministério da Saúde do Brasil e responsável por pesquisas e desenvolvimento de tecnologia em Saúde.
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico e adaptado ao ambiente urbano, já que consegue se reproduzir em baldes de água, vasos de plantas, poças d’água, pneus abandonados, calhas entupidas ou qualquer outro pequeno recipiente com água parada, como explica a Fiocruz.
Muitas pessoas têm grande dificuldade em identificar se um mosquito é um Aedes aegypti ou outro mosquito qualquer, e a dúvida maior é em relação ao pernilongo, pois os dois são insetos de aparência bem similar. Mas há diferenças significativas que vale a pena observar para evitar a proliferação do mosquito da dengue e se proteger de picadas também.
De acordo com a Agência Brasil, o mosquito da dengue e o pernilongo são parecidos, mas são mosquitos de famílias diferentes. Enquanto o primeiro é o Aedes aegypti, o pernilongo (ou muriçoca, como é conhecido em algumas regiões brasileiras) é o Culex quinquefasciatus – que é comum em regiões mais quentes das Américas, Ásia, África e Oceania.
Um mosquito adulto do Aedes aegypti emergindo da fase larval no Laboratório de Mosquitos da Fiocruz.
É possível identificar cada um deles quando estão em repouso, parado em algum local, ou até “em ação”, voando ou picando alguém. Veja as quatro dicas a seguir: