Os cientistas se dirigiram à Fort Drum, em Nova York, para o envio do drone, que é chamado de Alta X Uncrewed Aircraft System (ou Sistema de Aeronave Não Tripulada Alta X). O equipamento carregará sensores meteorológicos semelhantes aos usados em balões meteorológicos pelo Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.
A estrutura voará a uma altitude máxima de 3,2 km — o mais alto que a equipe já voou com o drone. O equipamento alcançará a troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, onde ocorrem os fenômenos relacionados ao tempo, como chuvas, ventos e variações de temperatura, e a maioria da formação de nuvens.
O drone conta com uma radiossonda, um conjunto de instrumentos usados em balões meteorológicos, que coletam dados atmosféricos enquanto flutuam em direção à Terra, proporcionando uma visão detalhada da atmosfera.
"Tipicamente, a coleta de dados atmosféricos a partir de instrumentos a bordo de aeronaves é feita usando balões como plataforma, que, uma vez lançados, não são recuperados", explica a Jennifer Fowler, investigadora principal e comandante da missão, em comunicado. "Sistema de aeronaves não tripuladas permitem a oportunidade de realizar perfis repetidos, uma vez que a radiossonda é recuperada após cada voo.”
O drone que irá coletar dados atmosféricos durante o eclipse solar total — Foto: NASA/Jen Fowler
Segundo destaca Tyler Willhite, operador de sensor aéreo, até onde ele sabe, a configuração de instrumentos que a equipe está utilizando "nunca foi feita antes". Esta inclui, além da radiossonda integrada, um anemômetro sônico 3D (um medidor de velocidade de fluido).
"Dados de sondagem em baixas altitudes são críticos para preencher lacunas de conhecimento que atualmente existem na camada limite atmosférica", afirma Willhite. "Também temos a capacidade de ter uma grande variedade de saídas de dados que podem ser transmitidas em tempo real. Isso é algo para o qual outras cargas úteis meteorológicas são um tanto limitadas."
Durante o envio do drone, a equipe irá participar de uma campanha de voo global da Organização Meteorológica Mundial (OMM), segundo conta o operador. Após ter coletado informações nos dias anteriores ao eclipse, o grupo reunirá os dados em tempo real e os enviará à entidade para que sejam inseridos em seus modelos de previsão do tempo.
A equipe da Nasa colaborará de perto com parceiros da OMM, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA e da Universidade de Albany, em Nova York, que lançarão balões meteorológicos para coletar medições. "Esse é o principal objetivo de todos esses dados: serem inseridos em modelos para previsões mais atualizadas e precisas”, diz Willhite.