Também chamados de ursos d’água, os tardígrados são capazes de habitar locais com temperaturas abaixo de zero, calor elevado, desidratação completa, radiação e até no vácuo espacial. Eles sobrevivem ao entrarem em um estado de animação suspensa chamado biostase, formando géis dentro das células ao usarem proteínas, o que retarda processos moleculares associados ao envelhecimento, segundo o estudo.
“Assim como os tardígrados, quando você coloca células humanas que possuem essas proteínas em biostase, elas se tornam mais resistentes ao estresse, conferindo algumas das habilidades dos tardígrados às células humanas”, explica a pesquisadora sênior da UW Silvia Sanchez-Martinez, em comunicado.
De acordo com os autores, tais proteínas podem ser usadas para disponibilizar tratamentos de saúde e salvar vidas onde a refrigeração não é possível, por exemplo. E também aprimorar terapias celulares, como as com células-tronco.
Entretanto, os autores destacam nque o processo é reversível. “Quando o estresse é aliviado, os géis dos tardígrados se dissolvem e as células humanas retornam ao seu metabolismo normal”, diz o professor assistente do Departamento de Biologia Molecular, Thomas Boothby.
“Nossas descobertas fornecem um caminho para a busca de tecnologias centradas na indução da biostase em células e até mesmo em organismos inteiros para retardar o envelhecimento e melhorar o armazenamento e a estabilidade”, contam os pesquisadores.