As florestas cobrem cerca de 31% da superfície terrestre, sendo um dos ecossistemas mais importantes para a vida no planeta. Elas ajudam a mitigar as mudanças climáticas, além de melhorarem a qualidade do solo, da água e do ar, segundo informa a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Esses ecossistemas são fonte de alimentos, cobertura vegetal e proporcionam meios de subsistência para milhões de pessoas, continua a FAO. Para aumentar a conscientização sobre sua importância, a ONU criou o Dia Internacional das Florestas.
Saiba do que se trata esta efeméride e conheça 5 dados de destaques sobre as florestas.
Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou a data de 21 de março como o Dia Internacional das Florestas para reconhecer o importante papel desta parte do meio ambiente. A primeira celebração oficial foi em 2013, lembra a FAO.
A efeméride busca aumentar a conscientização sobre esses ecossistemas para a preservação, além de incentivar diferentes países a adotar medidas locais, nacionais e internacionais para a organização de atividades relacionadas a florestas e árvores.
As florestas geram oxigênio e ajudam a combater as mudanças climáticas.
A efeméride do Dia Internacional das Florestas é uma boa ocasião para aprender mais sobre as florestas, por isso, National Geographic selecionou esses cinco dados essenciais sobre o ecossistema:
1. O desmatamento está diminuindo, mas não no ritmo que deveria
A taxa de desmatamento das florestas ao redor do mundo diminuiu nas últimas três décadas, destaca o relatório “State of the World's Forests” (“Estado das Florestas do Mundo”, em tradução livre), de 2020, feito pela FAO e pelo Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Isso ocorreu devido à redução do desmatamento em alguns países, ao reflorestamento e ao desenvolvimento de florestas naturais, acrescenta também o artigo “Deforestation is slowing, but not fast enough to protect the planet” (“O desmatamento está diminuindo, mas não rápido o suficiente para proteger o planeta”), da ONU.
A organização destaca que, apesar disso, as áreas florestais do mundo continuam a diminuir e, desde 1990 (e até 2020, quando o documento foi publicado), 178 milhões de hectares de florestas desapareceram do planeta.
De acordo com as Nações Unidas, "a África teve a maior taxa anual de perda líquida de florestas na última década, com 3,9 milhões de hectares, seguida pela América do Sul, com 2,6 milhões de hectares". Brasil, Bolívia e Paraguai estão entre os dez países que mais perderam hectares de área florestal líquida.
Desde 1990, as florestas primárias (aquelas que foram regeneradas naturalmente por espécies nativas e onde não há sinais visíveis de atividades humanas, conforme definido pela FAO) perderam mais hectares de área florestal do que qualquer outro país do mundo.
2. As florestas são um importante reservatório de carbono
"As florestas saudáveis desempenham um papel fundamental na mitigação das mudanças climáticas, atuando como sumidouros de carbono e absorvendo bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono (CO₂) por ano", afirma o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Especificamente, elas contêm mais de 50% do estoque de carbono do mundo, tanto na vegetação em si quanto no solo, de acordo com a ONU. Ainda conforme relatado pela FAO em seu site, esses ecossistemas armazenam cerca de 296 gigatoneladas de carbono.
3. A América do Sul tem boa parte das florestas protegidas do mundo
Apenas 18% da área florestal do mundo (o equivalente a mais de 700 milhões de hectares) está em áreas protegidas legalmente estabelecidas, sejam elas áreas de conservação, parques nacionais ou reservas de caça, diz o documento “State of the World's Forests”.
A América do Sul tem a maior proporção de florestas em áreas protegidas, com 31% do total. A Europa, por sua vez, tem a menor parte protegida, com apenas 5%, de acordo com o mesmo relatório.
4. O desmatamento das florestas produz gases de efeito estufa
Tanto a degradação florestal quanto o desmatamento são responsáveis por cerca de um quinto das emissões globais de gases de Efeito Estufa (GEE), afirma o PNUD.
Isso é agravado pelo aquecimento global, pois o aumento das temperaturas globais torna as florestas mais propensas a secas, incêndios florestais e pragas, entre outros.
Assim, o desaparecimento desses ecossistemas leva à perda de carbono e da capacidade de armazenamento de dióxido de carbono, que, quando liberado, aumenta ainda mais as emissões de GEE e agrava o efeito estufa, conclui o PNUD.
5. As florestas abrigam uma grande biodiversidade
A maior parte da biodiversidade terrestre do mundo fica nas florestas, destaca ainda o relatório FAO 2020. É por isso que a conservação dessa fauna e flora também depende, em grande parte, das áreas florestais se manterem em pé.
Como explica a agência da ONU, a biodiversidade nesses locais é ampla, e muda consideravelmente dependendo de geografia, solo, presença humana e do tipo de floresta.
Estima-se que, a nível global, esses espaços naturais abrigam cerca de 60 mil espécies diferentes de árvores, bem como 80% das espécies de anfíbios, 68% dos mamíferos e 75% das aves, afirma o documento.
As florestas são espaços naturais que ajudam a combater as mudanças climáticas e são geradoras de oxigênio. Por esse motivo, a FAO enfatiza que é essencial mudar o curso do desmatamento para proteger também a biodiversidade desses espaços naturais. É possível um manejo sustentável das florestas, basta haver vontade global para que isso ocorra.