Matéria escura é um termo utilizado para descrever tudo no Universo que parece não interagir com a luz ou com o campo eletromagnético ou que só pode ser explicado pela força gravitacional. Não é possível ver a matéria escura e não se sabe do que é feita, mas ela comporia 27% do Universo, enquanto menos de 5% do espaço seria da matéria como a conhecemos e o restante estaria associado à energia escura.
“Há vários artigos que questionam a existência da matéria escura”, reconhece Rajendra Gupta, professor de física da Universidade de Ottawa, no Canadá. “Mas, até onde eu sei, o meu é o primeiro que elimina a sua existência cosmológica ao mesmo tempo em que é consistente com observações cosmológicas chave”, diz ele, em nota.
Em sua pesquisa, Gupta empregou uma combinação das teorias das constantes de acoplamento covariantes (“covarying coupling constants”) e da luz cansada (“tired light”). Basicamente, as ideias principais são duas: as forças da natureza diminuem com o passar do tempo cósmico e a luz perde energia ao viajar longas distâncias.
Essas noções já foram testadas anteriormente, sendo coerentes com observações sobre a expansão de galáxias e a evolução da luz do Universo primitivo.
“Os achados deste estudo confirmam que nosso trabalho anterior sobre a idade do Universo ser 26,7 bilhões de anos [publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em julho de 2023] nos permitiu descobrir que o Universo não requer matéria escura para existir”, afirma Gupta.
A expectativa é que, ao desafiar a ideia de que a matéria escura existe e fornecer evidências para um novo modelo cosmológico, o trabalho de Gupta possa contribuir para mais pesquisas sobre as propriedades fundamentais do cosmos.