O planeta Saturno se destaca no Sistema Solar por seu tamanho – é o segundo maior, de acordo com a Nasa (a agência de pesquisa e exploração espacial dos Estados Unidos) – e, claro, por seus belíssimos anéis que fazem dele um corpo celeste único e tão admirado.
Só que o sexto planeta desde o Sol também chama atenção por possuir em sua órbita diversas luas com características bem variadas, de grandes a pequenas. Conheça um pouco mais sobre as luas de Saturno e aproveite para “viajar” pelos arredores deste interessante planeta.
Desde junho de 2023, a Nasa afirma que Saturno possui 146 luas. Por conta disso, é considerado atualmente o planeta com o maior número de luas do que qualquer outro do Sistema Solar.
As pesquisas e observações das luas de Saturno são bem antigas, sendo que oficialmente a primeira descoberta foi feita em 1655 pelo astrônomo holandês Christiaan Huygens, que descobriu a lua Titan, conforme afirma a própria agência norte-americana.
A maior lua de Saturno se chama Titan (e também é a primeira a ser descoberta). Ela é tão grande que possui o tamanho aproximado do planeta Mercúrio, conforme a Nasa. Já segundo a Encyclopædia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido), a Titan é a única lua do Sistema Solar conhecida por ter nuvens, uma atmosfera densa e lagos líquidos.
O diâmetro de seu corpo sólido é de 5.150 km – o que a torna, depois da lua Ganimedes de Júpiter, a segunda maior lua do Sistema Solar. A Britannica explica que seu interior é formado por uma mistura de materiais rochosos (silicatos) e gelos, sendo que o último provavelmente é gelo de água misturado com amônia e metano congelados.
Além disso, sua superfície é coberta por uma espessa névoa vermelho-amarronzada, permanecendo em grande parte um mistério até a missão de exploração do sistema saturniano pela Cassini-Huygens, realizada em conjunto por Nasa, ESA (Agência Espacial Europeia) e ASI (Agência Espacial Italiana).
As observações da Cassini-Huygens mostraram que a lua Titan tem uma topografia de superfície complexa esculpida por precipitação, líquidos fluidos, vento, impactos e uma possível atividade vulcânica e tectônica – muitos dos mesmos processos que moldaram a superfície da Terra.
Foto em close da lua Enceladus, que orbita ao redor de Saturno.
A menor lua de Saturno é a Enceladus que é realmente pequena, não sendo maior do que uma arena esportiva, conforme o site da Nasa.
A pequena lua Enceladus tem um oceano global sob uma casca espessa e gelada, sendo que gêiseres dessa lua soltam gases que saem desse mundo oceânico e adicionam material ao anel E de Saturno – o que, de acordo com a Nasa – dá pistas de que seu oceano subterrâneo de água salgada pode ser um possível habitat para a vida.
Já a lua localizada mais próxima de Saturno é a lua Pan, que fica a cerca de 134 mil km de distância do planeta. A Nasa conta que Pan foi descoberta por M.R. Showalter em 1990, usando imagens tiradas pela espaçonave Voyager 2, nove anos antes. A lua Pan tem um raio médio de 14,1 km e orbita o planeta estando próxima ao anel A de Saturno.
Como orbita Saturno a cada 13,8 horas, ela atua como uma lua pastora – que conduz e molda partículas dos anéis de Saturno.
As luas de Saturno foram objetos de observação e estudo de várias sondas e missões espaciais não tripuladas. Elas foram colocadas sob os holofotes durante as passagens por Saturno das sondas espaciais da Nasa Voyager 1 (que está no espaço desde 1977) e Voyager 2 (também lançada em 1977; as sondas Pioneer 10 e Pioneer 11 nas décadas de 1970 e 1980.
Só que somente quando a missão Cassini-Huygens chegou ao planeta, em 2004, que começaram a ver as luas de Saturno sob uma luz totalmente nova e muito mais detalhada. Por mais de dez anos, a Cassini observou Saturno e sua família de variadas luas, fornecendo ao mundo informações essenciais sobre essas luas.
Em 2023, um novo estudo em conjunto de uma equipe de cientistas de vários países revelou novas e surpreendentes informações sobre essas luas.
O ano de 2023 mudou o status das luas de Saturno, já que foram descobertas mais 62 luas na órbita do planeta.
As novas luas foram descobertas por uma equipe liderada por Edward Ashton, um pós-doutorando do Asiaa (Instituto de Astronomia e Astrofísica da Academia Sinica), em de Taiwan, que usou uma técnica chamada "shift and stack" (deslocamento e empilhamento, em tradução livre) para encontrar luas menores ao redor de Saturno.
A pesquisa contou com uma equipe internacional de astrônomos de diversos países, incluindo pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. Eles anunciaram em maio de 2023 a descoberta de 62 novas luas em órbita do planeta gigante – uma descoberta reconhecida pela Nasa e demais órgãos internacionais de estudos espaciais.