Apesar de ser o terceiro maior mamífero do planeta Terra – perdendo em tamanho apenas para a baleia azul e para o elefante africano –, o hipopótamo é um animal ameaçado de extinção e algumas espécies da família Hippopotamidae já são consideradas extintas. A informação vem da Lista Vermelha de Animais Ameaçados (IUCN Red List of Threatened Species), plataforma de conhecimento sobre a fauna mundial criada pela União Internacional de Conservação da Natureza.
Desde 2008, a Lista Vermelha coloca a espécie como vulnerável por conta do declínio populacional identificado desde meados da década 1990. A caça indiscriminada (para comércio do marfim de seus dentes e presas, que podem chegar a ter 50 centímetros) e a perda de habitat são os principais responsáveis por essa redução, diz a fonte.
Nativo da África Subsaariana,o Hippopotamus amphibius é a espécie mais comum, como informa a IUCN. Ao todo, a plataforma estima que existam cerca de 115 a 130 mil hipopótamos comuns atualmente. “Os países do leste e do sul da África representam o reduto de conservação dessa espécie e são as regiões onde ocorrem os maiores números de hipopótamos comuns”, diz a fonte.
Tendo em vista a importância de sua preservação, National Geographic aproveita a efeméride do Dia do Hipopótamo, celebrada em todo 15 de fevereiro e dedicada a incentivar a proteção desse animal, para apresentar os 5 fatos que fazem dele o “verdadeiro” rei das savanas africanas – e um dos bichos que nenhum ser humano deveria querer encontrar pela frente.
Os hipopótamos precisam manter a pele constantemente úmida, caso contrário, ela pode rachar.
Mesmo com seu tamanho e peso (pode medir entre 2,10 e 5,05 metros de comprimento, 1,50 a 1,65 metros de altura e pesar 4,5 toneladas, como informa o zoológico de Portugal), o hipopótamo se dá muito bem em rios e lagoas.
Por ser semiaquático, suas orelhas, os olhos e as narinas ficam estrategicamente localizados no alto da cabeça para que o resto do corpo possa permanecer submerso. As orelhas e as narinas também podem ser fechadas para impedir a entrada de água, informa a Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido).
Apesar de passar o dia na água, o hipopótamo não se alimenta de vegetação aquática. Ele come gramas variadas durante à noite, quando sai de seus refúgios.
Essa necessidade de estar em um ambiente úmido se explica por causa da pele do animal: o hipopótamo precisa mantê-la constantemente molhada caso contrário ela pode rachar, diz a IUCN.
É fato que o animal se movimenta com facilidade na água e em terra, onde seus passos podem chegar a uma velocidade de 30km/h, informa a Lista Vermelha. Isso faz com que ele se proteja de predadores que tentem abocanhá-los, como crocodilos quanto de leões. No entanto, o único predador confirmado desse animal é mesmo o ser humano, explica a Britannica.
Já na água, o animal tem a capacidade de ficar até cinco minutos submerso, sem respirar, informa a Britannica, e ainda conseguem andar debaixo d'água.
Ainda que não exista uma explicação completa para a fisiologia dos hipopótamos, diz a Lista Vermelha, acredita-se que a pele seja assim por uma adaptação a sua condição anfíbia, já que esses animais também secretam um líquido vermelho das glândulas subdérmicas o qual funciona como protetor solar e antibiótico, informa o site da Lista Vermelha.
O hipopótamo está entre os animais mais antigos conhecidos pelas civilizações humanas. Por isso mesmo, seu nome vem do grego e significa "cavalo do rio", como explica a Encyclopedia Britannica.
Já de acordo com a Lista Vermelha, no passado os hipopótamos chegaram a viver nas águas do Rio Nilo, no Egito, na época do Renascimento. “Do final do Império Romano até, no máximo, por volta de 1700, o hipopótamo ainda estava presente em duas zonas bem distintas, no Delta do Nilo e no Alto Nilo”, diz a plataforma especializada em animais. Mas ao longo dos anos 1700, os registros desses animais foram ficando escassos, e sua presença ali acabou nos anos 1800, diz IUCN.
É normal que as hipopótamos fêmeas tenham apenas uma cria a cada dois anos.
As fêmeas de hipopótamo costumam andar em grupos, que incluem também os animais jovens. Isso faz com que sejam animais gregários, ainda que durante a noite os rebanhos se espalhem durante a hiora da alimentação, diz a Lista Vermelha.
Os hipopótamos são polígamos e as fêmeas passam a estar maduras sexualmente entre 7 e 9 anos de idade (os machos entre 9 e 11 anos). A partir daí, o normal é que elas tenham um único filhote a cada dois anos, explica a plataforma sobre animais, pois o período de lactação é longo e chega até a 18 meses ou mais.
Cada fêmea tem uma gestação de aproximadamente 8 meses e os filhotes de hipopótamo nascem com impressionantes 45 quilos, informa a Britannica.
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De acordo com a Britannica, existiram outras espécies de hipopótamo que viveram na Europa, na Ásia e até na ilha de Madagascar (no sudeste do continente africano). Todas elas, no entanto, acabaram extintas.
“As mudanças climáticas e a caça excessiva praticada pelos seres humanos exterminaram todas as espécies fora da África no final da época do Pleistoceno (11.700 anos atrás)”, explica a plataforma.
Três outras espécies de hipopótamo chegaram a ser identificadas em Madagascar, mas também desapareceram há cerca de 1 mil anos – o que coincide com a chegada dos humanos à ilha, diz a enciclopédia
Além do Hippopotamus amphibius, atualmente ainda existe o Hipopótamo pigmeu (Hexaprotodon liberiensis, também conhecido como Choeropsis liberiensis). Ele é menos aquático e bem menor que seu primo próximo – chega ao tamanho de um um porco doméstico, diz a Britannica.
Considerado raro e um solitário, vive nas florestas tropicais de Libéria, Costa do Marfim, Serra Leoa e Guiné, sempre margeando riachos e pântanos. Também conhecido como "vaca d'água” pelos habitantes locais, ele está altamente ameaçado de extinção desde 2006, informa a União Internacional para a Conservação da Natureza, com apenas de 2 mil a 2 mil 499 indivíduos registrados.