A cobra coral (Micrurus) é um gênero da família das cobras Elapidae que é bem conhecida em várias regiões do mundo por estar presente em diversos lugares. Ela é facilmente encontrada nos trópicos, especialmente no Brasil e nos demais países da América do Sul.
No entanto, também existem espécies similares presentes na Ásia e na África, o que faz da coral muito popular, como explica a Encyclopædia Britannica – plataforma de conhecimento do Reino Unido.
Só que a cobra coral além de ser comum em muitos lugares, chama a atenção por sua coloração tão particular. Em geral, as cobras corais verdadeiras (Micrurus) costumam apresentar listras em três tons, com variações dependendo do local onde vivem. Acontece que não é somente o gênero Micrurus da família Elapidae (a cobra coral-verdadeira) que apresenta esse padrão colorido em seu corpo.
Outras cobras de diferentes famílias são bem parecidas com a coral e, por isso, são chamadas de “falsa cobra coral” ou “cobra coral falsa”, como esclarece o Instituto Butantan (instituição brasileira de pesquisa científica e produção de imunobiológicos que pertence ao governo do estado de São Paulo e estuda répteis, anfíbios e outros animais desde 1901).
Conheça mais sobre o que caracteriza a cobra coral-verdadeira e o que a diferencia das outras espécies que são conhecidas como coral falsa – e porque não é fácil caracterizá-las.
Uma das cobras pequenas mais venenosas do mundo, a cobra coral-verdadeira tem aproximadamente entre 40 centímetros a 1,6 metros apenas. Todas têm cabeça oval, olhos pretos pequenos, escamas lisas e uma cauda curta, de acordo com a Britannica.
Uma das suas principais características desse réptil é a sua coloração – que atrai pela beleza. A espécie de cobra coral mais comum na América do Sul tem um padrão de cores bem típico, com listras que intercalam preto, vermelho e branco, sendo que algumas espécies encontradas na região amazônica também apresentam listras amareladas, segundo o Instituto Butantan.
Outro ponto importantíssimo é que a cobra coral-verdadeira é peçonhenta, ou seja, é uma cobra venenosa – e seu veneno é um dos mais tóxicos. Uma pessoa picada por uma coral-verdadeira pode sentir dormência no local, visão turva e dificuldade na fala logo nos primeiros minutos após a mordida.
Caso a vítima não seja tratada rapidamente, o veneno começa a atingir o restante do sistema nervoso, provocando paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma – órgão importante que auxilia na respiração. É preciso buscar o quanto antes atendimento médico para a aplicação do soro antielapídico (o mais indicado para o veneno desta espécie de serpente), como explica o instituto de pesquisa brasileiro.
A cobra coral costuma ter entre 40 cm a 1,6 metros e, apesar de pequenas, são extremamente venenosas e podem viver até cerca de 18 anos.
As cobras corais-verdadeiras do gênero Micrurus não são as únicas serpentes coloridas que usam seus tons para se esconder na natureza e, assim, se proteger de predadores. Existem outras espécies que lembram a aparência da coral-verdadeira, mas são de diferentes famílias.
Como explica o Departamento de Botânica da USP (Universidade de São Paulo), boa parte das espécies de corais falsas estão concentradas na família Dipsadidae, sendo que a Dipsadidae apresenta cerca de 600 espécies distribuídas nas Américas e na Índia.
Essas falsas cobras corais mimetizam (imitam) as características físicas (as cores e listras, especialmente) das corais-verdadeiras para afastar possíveis predadores.
No América do Sul há várias espécies de “falsa-coral”, como a Falsa-Coral Serrana (Oxyrhopus clathratus), encontrada mais na Argentina, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, e no Uruguai; a Falsa-coral Amazônica (Oxyrhopus rhombifer), que pode ser vista também na Argentina, além de Bolívia, Brasil (Sul e Sudeste), Paraguai e Uruguai; a Falsa-coral-nariguda (Xenodon histricus), mais comum também em Argentina, Brasil e Uruguai, entre outras, como explica o site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Já que todas essas cobras são tão parecidas, como diferenciar uma cobra coral-verdadeira de uma coral falsa?
O grande ponto diferencial entre elas é a toxicidade: as cobras corais falsas não são venenosas. Já a verdadeira, sim. Acontece que elas são bem similares e diferenciá-las visualmente é bastante difícil.
Como explica o Instituto Butantan, caso aviste alguma cobra com a aparência semelhante à da coral, a recomendação dos especialistas é para não se aproximar. Não é possível identificar e diferenciar uma cobra colorida como a coral a olho nu para saber se ela é “verdadeira” ou “falsa”. Portanto, se afaste e avise as autoridades locais, indica o Butantan.