Uma equipe de astrônomos da NASA descobriu um sinal misterioso vindo de uma galáxia distante. A emissão foi detectada por acidente ao analisar dados dos últimos 13 anos registrados pelo telescópio espacial Fermi de raios gama. Segundo a agência espacial americana, a descoberta é "inesperada e inexplicável".
Os astrônomos estavam procurando vestígios do fundo cósmico de micro-ondas (a luz mais antiga do universo), mas em vez disso descobriram um sinal inexplicável vindo de uma região inexplorada. Este fundo tende a ter a chamada estrutura dipolo, o que significa que uma extremidade é mais quente e transporta mais energia do que a outra.
"Foi uma descoberta completamente fortuita", afirmou Alexander Kashlinsky, cosmólogo da Universidade de Maryland e do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. "Encontramos um sinal muito mais forte, e numa parte do céu diferente daquela que procurávamos”, completou.
“Encontramos um dipolo de raios gama, mas o seu pico está localizado no céu meridional, longe do fundo cósmico de micro-ondas, e a sua magnitude é 10 vezes maior do que esperaríamos do nosso movimento”, disse Chris Shrader, coautor do estudo e astrofísico da Universidade Católica da América e da NASA. “Embora não seja o que procurávamos, suspeitamos que possa estar relacionado com uma característica semelhante relatada para os raios cósmicos de maior energia”, explicou.
Em 2017, o Observatório Pierre Auger, na Argentina, relatou um dipolo na direção de chegada dos raios cósmicos de ultra-alta energia. Os cientistas acreditam que é provável que os dois fenômenos estejam ligados. Segundo eles, fontes ainda não identificadas estão produzindo tanto os raios gama como as partículas de energia ultra-alta.