Pequena e terrível, assim é a cobra coral (Micrurus) – uma espécie colorida, muito venenosa e com padrões brilhantes da família das cobras Elapidae, a coral é facilmente encontrada nos trópicos, especialmente no Brasil e em demais países da América do Sul. No entanto, também existem espécies similares presentes na Ásia e na África, segundo a informa a Encyclopædia Britannica – plataforma de conhecimento do Reino Unido.
Descubra algumas curiosidades interessantes que fazem da coral uma das mais fascinantes espécies de cobra, quais são seus hábitos peculiares e por que ela é tão perigosa.
Uma das mais de 100 espécies de cobras venenosas pequenas que existem no mundo, a discreta cobra coral costuma ter entre 40 cm a 1,6 metros apenas. E todas têm cabeça oval, olhos pretos pequenos, escamas lisas e uma cauda curta. Apesar de pequenas, não são frágeis e podem viver até cerca de 18 anos. São ovíparas e podem colocar de dois a 12 ovos por ninhada.
Mais comuns em regiões tropicais, a cobra coral possui algumas espécies também em outras partes do mundo (Ásia e África), sendo mais encontradas do sul dos Estados Unidos (onde vivem apenas duas espécies) até a Argentina, de acordo com a Britannica.
Bem conhecida no Brasil, por estar presente em boa parte do território, a espécie de cobra coral mais comum na América do Sul tem um padrão de cores característico: sua pele é desenhada por listras que intercalam preto, vermelho e branco, sendo que algumas espécies encontradas na região amazônica também apresentam listras amareladas.
A cor típica das cobras corais não é à toa: seu objetivo é sinalizar aos predadores já de cara que ela é bem perigosa – na natureza, esse tipo de recurso se chama coloração de advertência ou aposematismo, como explica o Instituto Butantan (instituição brasileira de pesquisa científica e produção de imunobiológicos que pertence ao governo do estado de São Paulo e estuda répteis, anfíbios e outros animais desde 1901).
A cobra coral não gosta de chamar a atenção de seus predadores, ela vive quase sempre escondida entre a vegetação rasteira.
A cobra cobral possui presas curtas e ocas que inoculam um tipo de veneno potente, de alta toxicidade, o qual afeta diretamente o sistema nervoso. Por conta disso, ela é considerada uma das cobras mais peçonhentas do território brasileiro, como conta o Instituto Butantan.
De acordo com o instituto de pesquisa, se uma pessoa é picada por uma cobra coral, os primeiros sintomas são dormência no local, visão turva e dificuldade na fala. Porém, aos poucos, se a vítima não for tratada logo, o veneno começa a atingir o restante do sistema nervoso, provocando paralisia de músculos importantes, como coração e diafragma – órgão importante que auxilia na respiração.
Caso seja picado por uma coral verdadeira, busque atendimento médico imediatamente para receber a aplicação do soro antielapídico (o mais indicado para o veneno desta espécie de serpente).
Apesar de colorida, a cobra coral não gosta de chamar a atenção de seus predadores e, justamente, usa sua cor para se confundir em meio à natureza.
Segundo o Butantan, a cobra coral pode ser considerada até “tímida”, já que ela vive quase sempre escondida entre a vegetação rasteira, em buracos no chão e debaixo de pedras. Além disso, ela é um animal tranquilo, que em raras ocasiões ataca – o que ocorre somente quando se sente ameaçada.
Sim, nem todas as cobras coloridas tricolores existentes na natureza são do gênero Micrurus – há tipos “falsos” de cobra coral, espécies que lembram a aparência da cobra coral verdadeira, mas que são de diferentes espécies – e além disso não são venenosas.
No América do Sul há várias espécies de “falsa-coral”, como a Falsa-Coral Serrana (Oxyrhopus clathratus), encontrada mais na Argentina, Sul e Sudeste do Brasil, e no Uruguai; a Falsa-coral Amazônica (Oxyrhopus rhombifer), que pode ser vista em Argentina, Bolívia, Brasil (Regiões Sul e Sudeste), Paraguai e Uruguai; a Falsa-coral-nariguda (Xenodon histricus), mais comum também em Argentina, Brasil e Uruguai, entre outras, como explica o site da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porém, como explica o Instituto Butantan, esses tipos de cobra-coral “falsa” não são perigosos, pois apenas imitam as características físicas das corais-verdadeiras para afastar possíveis predadores. São, no entanto, de gêneros e famílias bem diferentes.
Caso aviste alguma cobra com a aparência que se assemelhe à da coral, a recomendação dos especialistas é não se aproximar. Não é possível identificar e diferenciar uma cobra colorida como a coral a olho nu para saber se ela é “verdadeira” ou “falsa”. Portanto, se afaste e avise as autoridades locais, indica o Butantan.