Os gorilas (Gorilla gorilla e Gorilla beringei) são animais que vivem principalmente na África Central e têm uma dieta herbívora baseada sobretudo em plantas, como explica a Great Apes Survival Partnership (GRASP), uma organização ambiental promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) em 2001.
Embora sejam conhecidos pelo seu tamanho grandioso, há outras curiosidades que tornam estes símios únicos.
Como explica o GRASP, os gorilas são os maiores primatas vivos do mundo. Os machos em estado selvagem têm entre 170 e 180 centímetros de altura e seus braços, que são mais compridos do que o corpo (o que explica o facto de os usarem para andar). Somente esses membros do corpo do gorila têm entre 230 e 260 centímetros de comprimento.
Já as fêmeas são um pouco menores, diz a agência, e têm metade da altura dos machos. Podem medir até 150 centímetros de tamanho, como detalha o Instituto Jane Goodall (IJG) Argentina, uma organização centrada na investigação da vida selvagem, na conservação das espécies e do seu ambiente, bem como na educação e sensibilização do público.
Os machos pesam entre 135 e 180 quilos, enquanto as fêmeas pesam entre 68 e 113 quilos.
A ciência provou que estes primatas partilham 98% do seu DNA com os humanos, acrescenta o Instituto Jane Goodall. O fato foi confirmado em 2012, após a publicação do primeiro genoma de gorila, de acordo com um artigo publicado em National Geographic Estados Unidos este ano e intitulado “Gorillas More Related to People Than Thought, Genome Says” (em tradução livre algo como “Gorilas são mais parentes das pessoas do que se pensava, diz o genoma”)
Como conta o artigo, a descoberta completou uma biblioteca genética básica dos grandes símios (um ramo de primatas que inclui chimpanzés, gorilas, bonobos e orangotangos).
De acordo com a investigação genética, "a linhagem que deu origem aos humanos, chimpanzés e gorilas evoluiu a partir de um antepassado comum há cerca de 10 milhões de anos", noticiou a National Geographic Estados Unidos em 2012.
Um gorila da montanha procura comida nos arredores do Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda, na África.
Bater no peito é um comportamento comum dos gorilas e considerado um "sinal de capacidade competitiva", como conta um estudo publicado na revista Scientific Reports de 2021 sobre o tema.
Entre 2014 e 2016, os investigadores observaram o comportamento dos gorilas-das-montanhas (Gorilla Beringei) e perceberam que os machos em grupo fazem as batidas no próprio peito para chamar a atenção e, assim, atrair as fêmeas no cio, ao mesmo tempo em que intimidam os outros indivíduos.
Os gorilas de montanha vivem em grupos muito unidos, liderados por machos cuja autoridade é constantemente desafiada por outros machos, explica outro artigo publicado pela National Geographic Estados Unidos em 2021 e intitulado “Why do male gorillas beat their chests? New study offers intriguing evidence” (em tradução livre “Por que os gorilas machos batem no peito? Novo estudo oferece evidências intrigantes”).
"Ao anunciar o seu tamanho, o seu estatuto de acasalamento e a sua capacidade de luta através de sons que podem viajar longas distâncias através de densas florestas tropicais, os gorilas-prateados estão sinalizando aos potenciais desafiantes que é melhor pensar duas vezes antes de começarem uma briga.
No entanto, embora estes golpes pareçam indicar agressividade, este comportamento pode evitar a violência entre estes enormes animais, esclarece o artigo.
Os gorilas mais jovens, por sua vez, também batem no peito, mas com a intenção de afinar este sinal e, por sua vez, receber uma resposta dos seus pares a este apelo.
Outra curiosidade a este respeito desse ato é que, ao contrário do que acontece em algumas imagens cinematográficas, os gorilas da vida real não batem no peito com os punhos cerrados, mas sim com as mãos em forma de taça para amplificar os sons.
Os gorilas também se deslocam de uma posição sentada para uma posição de pé, provavelmente como forma de garantir que os golpes possam ser ouvidos a cerca de 800 metros de distância.