As Ilhas Galápagos são um exemplo de vida animal sem paralelo no mundo. O complexo de ilhas se destaca por sua intocada biodiversidade: "Somos observadores de um mundo que não demonstra absolutamente nenhum interesse por nós, humanos", descreve um artigo publicado pela Aquae Foundation (fundação internacional dedicada a promover o uso sustentável da água e de outros recursos naturais no mundo), sobre o dia a dia da fauna em Galápagos.
Apenas quatro ilhas, de um total de 13, são habitadas atualmente por humanos. De acordo com a Aquae, “as pessoas são a atração dos animais que vivem lá”, e não o contrário, como acontece em outras partes do mundo.
Um exemplo está no fato de que, muitas vezes, é difícil ocupar as margens da ilha devido ao grande número de leões marinhos que usam a área para descanso. Isso faz com que os moradores locais montem um perímetro para caminhar pelo local sem se aproximar muito deles.
Por volta do século 19, o biólogo e naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) realizou um estudo sobre as espécies que habitavam as Ilhas Galápagos e as comparou com as que viviam em outras ilhas próximas. As diferenças que surgiram entre elas, diz a Aquae, aconteceram devido a uma adaptação ao ambiente após a passagem do tempo, o que poderia até levar à criação de novas espécies.
Em sua viagem pelas Américas, o biólogo lançou as bases da teoria da seleção natural. Algumas das espécies endêmicas da ilha até levam seu nome em homenagem à taxonomia que o próprio Darwin determinou durante suas incursões pela ilha.
Descubra, abaixo, que espécies de animais surpreendentes e únicas se pode encontrar em Galápagos:
A iguana terrestre de Galápagos (Conolophus subcristatus) é um réptil da família Iguanidae, endêmico das Ilhas Galápagos, que pode viver entre 50 e 60 anos. Embora tenha uma dieta herbívora, a Encyclopedia of Life (EOL), base de dados colaborativa sobre a vida animal na Terra, indica que alguns indivíduos ocasionalmente adicionam insetos, centopéias e carniça à sua dieta.
O número de iguanas desta espécie vivas varia de 8 mil a 10 mil em toda a ilha, de acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No entanto, seu status foi classificado como vulnerável. A população dessa iguana continua a diminuir devido à atividade vulcânica na área onde é mais incidente e à incorporação de espécies invasoras ao habitat, as quais acabam ameaçando sua vida.
Essa é a única espécie de pinguim que vive em estado selvagem no norte do Equador. Como aponta o EOL, o pinguim de Galápagos (Spheniscus mendiculus) vive em cavernas costeiras próximas ao oceano, buscando temperaturas quentes.
Eles aproveitam a água para se refrescar do sol equatoriano e a maneira como nadam é bastante única: além de serem mais lentos, esses pinguins nadam com a cabeça para fora da água.
Os pinguins de Galápagos aproveitam a corrente fria de Cromwell, uma corrente oceânica que flui de oeste para leste perto da superfície do Oceano Pacífico, para regular sua temperatura durante o dia e retornar à terra à noite.
De acordo com a EOL, esta é a segunda menor espécie de pinguim de sua família: os indivíduos têm 49 centímetros de comprimento e pesam, em média, 2,5 quilos.
O primeiro mamífero da lista habita as águas tropicais da América Central e é nativo das ilhas equatorianas. De acordo com o EOL, o lobo-marinho de Galápagos (Arctophoca galapagoensis) habita áreas rochosas e ilhotas locais, onde frequentemente descansa e cuida de seus filhotes menores.
Esse animal não é uma espécie migratória: alimenta-se de peixes e moluscos exclusivamente à noite, quando suas presas estão localizadas mais perto da superfície.
Enquanto um exemplar macho pode atingir 1,5 metro de comprimento e pesar em média 64 quilos, as fêmeas têm 1,2 metro de comprimento e pesam entre 22 e 34 quilos. É a menor espécie da família Otariidae, que compreende todas as espécies de pinípedes do mundo, conclui a Encyclopedia of Life.
Os matagais subtropicais secos das Ilhas Galápagos são o lar da espécie chamada Nesoryzomys swarthi, um roedor da família Cricetidae.
Embora considerado extinto desde seu último registro, em 1906, a EOL observa que o pequeno roedor foi redescoberto em 1997.
A IUCN indica que o status de conservação do rato de Santiago de Galápagos é atualmente vulnerável porque sua população restrita está potencialmente ameaçada pela possível introdução de espécies de fora da ilha, como ratos, camundongos e gatos. O número atual de indivíduos é desconhecido na Lista Vermelha.
Esse pássaro é mais um exemplar da interessante lista de espécies endêmicas dessas ilhas equatorianas. Entretanto, não se sabe de onde ele veio ou quando seus ancestrais chegaram às ilhas.
O Falcão-de-Galápagos (Buteo galapagoensis) come em sua dieta alimentar uma grande variedade de animais, que podem ser iguanas marinhas, cobras, peixes e ovos de tartaruga gigante. Ele é capaz até mesmo de comer ovos vivos e filhotes de colônias de outras aves marinhas nativas de seu habitat.
Antes da chegada das pessoas à ilha, o Falcão-de-Galápagos também devorava pequenos roedores, informa a EOL.
O tentilhão de Darwin (Geospiza fortis) é uma espécie da família Thraupidae. Seu nome vem da lista de pássaros que o biólogo e naturalista inglês descobriu e estudou durante sua viagem pelas ilhas equatorianas a bordo do HMS Beagle, um navio pertencente à Coroa Britânica com o qual ele realizou expedições biológicas nos mares e terras das Américas.
Endêmico das Ilhas Galápagos, o tentilhão de Darwin se alimenta principalmente de sementes. Ele também come flores, brotos, folhas jovens e, ocasionalmente, insetos, conclui a enciclopédia.