Uma nova cepa do Sars-CoV-2 altamente infecciosa está se espalhando rapidamente pelo mundo. Um artigo publicado no último dia 15 pela versão norte-americana da National Geographic detalha a Eris, cujo nome científico é EG.5 e trata-se de uma variante descendente de XBB, subvariante da Ômicron.
Ela foi localizada pela primeira vez em 17 de fevereiro de 2023 na Indonésia e designada como uma variante sob monitoramento a partir de 19 de julho de 2023, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma avaliação de risco inicial publicada em 9 de agosto deste ano. "Estamos designando a EG.5 e seus derivados como uma variante preocupante", disse o comunicado.
Até 7 de agosto de 2023, a OMS detectou casos de coronavírus com a cepa Eris em 51 países. A maioria dos casos estão na China (2247 casos), e os demais países que registraram a nova variante são: Estados Unidos (1356), Coreia do Sul (1040), Japão (814), Canadá (392), Austrália (158), Cingapura (154), Reino Unido (150), França (119), Portugal (115) e Espanha (107).
A OMS diz que, globalmente, a Eris tem se espalhado rapidamente. Durante a semana epidemiológica 29 (17-23 de julho de 2023), a prevalência global da EG.5 foi de 17%.
Quatro semanas antes (19-25 de julho de 2023), a prevalência era de apenas 7,6%. O artigo da National Geographic norte-americana diz que o aumento das infecções começou em junho de 2023, como consequência do número recorde de viagens durante o verão do Hemisfério Norte e das altas temperaturas que o mundo está experimentando.
"As altas temperaturas forçaram as pessoas a se reunirem em ambientes fechados, com ar condicionado, permitindo que o vírus se espalhasse facilmente. Isso alarmou a OMS e elevou a EG.5 como uma variante preocupante", informa o artigo.
EG.5 pertence ao ramo XBB da variante Ômicron, explica a National Geographic norte-americana. Os vírus XBB são variantes de disseminação mais rápida do Sars-CoV-2, com o poder de superar a imunidade obtida com a vacinação ou infecções avançadas de subvariantes anteriores do vírus.
A Eris difere da subvariante Ômicron por causa de uma "mutação adicional de aminoácidos F456L na proteína spike", informa a OMS. Quando a spike se liga aos receptores da proteína ACE2 nas células humanas, o vírus pode entrar na passagem nasal e nos pulmões humanos, esclarece a agência.
Embora a Eris mostre maior prevalência de transmissão, a OMS adverte que nenhuma mudança na gravidade da doença foi relatada até o momento 7 de agosto de 2023. Embora as infecções por EG.5 sejam recorrentes nos países já mencionados e que novas hospitalizações por Covid-19 tenham sido relatadas na Coreia e no Japão, a OMS afirma que as internações não têm ligação com a cepa Eris.
No entanto, "devido à sua vantagem de crescimento e características de escape imunológico, a Eris pode causar um aumento na incidência de casos e se tornar dominante em alguns países ou até mesmo globalmente", conclui a organização em comunicado à imprensa.