O Agosto Dourado é uma data criada no Brasil para a conscientização da importância do aleitamento materno. Em outros países, a prática é lembrada pela Semana Mundial da Amamentação, que acontece entre 1º e 7 de agosto.
“O leite materno é o alimento mais saudável que existe. Ele tem nutrientes importantes, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais. O leite é capaz de hidratar, então, até os seis meses de vida. O bebê não precisa receber água, sucos ou chás”, explica a nutricionista clínica e materno infantil Caroline dos Santos, em entrevista à National Geographic Brasil.
Também segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o leite materno contém diversos benefícios que são essenciais para o desenvolvimento dos bebês. Ele é de fácil digestão, rico em anticorpos e garante ainda:
Para reforçar a importância do leite materno na alimentação infantil, National Geographic pediu a especialistas respostas para as principais dúvidas relacionadas ao aleitamento materno. Acompanhe:
É comum que muitas mães fiquem em dúvida sobre até qual idade a criança deve ser amamentada. O Ministério da Saúde brasileiro orienta que a amamentação aconteça até os dois anos de idade – sendo que, nos seis primeiros meses de vida, o leite materno deve ser o único alimento que a criança recebe.
“Os primeiros dois anos da criança são bem decisivos no seu desenvolvimento. É como se estivesse construindo a estrutura de uma casa. Tudo o que uma criança recebe nesse período vai refletir em sua vida inteira, prevenindo doenças tanto em curto quanto em longo prazo”, explica Santos.
O volume da amamentação depende da idade da criança, explica o médico pediatra e neonatologista Nelson Douglas Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria.
“A criança pode mamar de duas em duas, três em três ou quatro em quatro horas, o volume varia. O leite deve gerar o ganho de peso adequado e é pelo peso que a gente vai estimar se a criança está sendo amamentada pelo tempo certo ou não”, afirma o profissional.
Em casos nos quais não é possível amamentar a criança (por questões de saúde ou ausência da mãe, por exemplo), a alternativa é adotar a fórmula infantil, geralmente comercializada em formato de leite em pó. Os especialistas, no entanto, fazem a ressalva de que os benefícios são inferiores.
Como explica Santos, a fórmula infantil é produzida, de forma geral, a partir do leite de vaca modificado de modo a torná-lo o mais próximo possível do leite humano. A criança ficará saciada, mas o produto não trará a mesma proteção que a amamentação materna.
Ejzenbaum ressalta ainda a questão dos oligossacarídeos, componentes importantes para a saúde e para o desenvolvimento do bebê. “Enquanto o leite materno possui mais de 40 oligossacarídeos, o leite artificial traz apenas um ou dois”, explica.
Em caso de dúvidas sobre adotar ou não a fórmula infantil, consulte um médico especialista.
Outra questão relevante quando o assunto é amamentação se refere à doação do leite materno, que ajuda crianças impossibilitadas de receber o alimento da própria mãe.
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano (basta ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação). Os bancos de leite dos hospitais recebem as doações e oferecem a bebês hospitalizados, geralmente os que nasceram prematuros e com baixo peso, informa o Ministério da Saúde.
“Nestes bancos, o leite vai passar por um processo de pasteurização, mantendo o que é importante para as crianças com mães que não são capazes de amamentar porque pararam de produzir, por terem problemas de saúde ou outras situações”, diz Ejzenbaum.
O profissional esclarece que a doadora precisa se certificar de ter leite suficiente para o próprio filho antes de fazer a doação – ou em casos nos quais esteja produzindo leite que não é utilizado.