Um asteroide passou próximo do planeta Terra no dia 13 de julho, mas não foi descoberto até o dia 15 de julho pelo observatório Atlas na África do Sul.
Denominado 2023 NTI, o objeto tem cerca de 60 metros de diâmetro, um dos maiores que passaram próximos à Terra nos últimos tempos. O asteroide voou a cerca de um quarto de distância entre a Terra e a Lua – a mais de 96.500 km.
A distância é considerada segura, mas causou um alerta sobre como objetos potencialmente perigosos podem voar perto da Terra de maneira despercebida.
Com esse tamanho, 2023 NT1 pode causar danos significativos. O meteorito de Chelyabinsk, que feriu cerca de 1.500 pessoas e danificou mais de 7.000 casas e prédios quando caiu na Rússia em fevereiro de 2013, tinha apenas 20 metros de diâmetro.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), estatisticamente, asteroides deste tamanho atingem a Terra uma vez a cada 50 a 100 anos e podem ser catastróficos, como prova o caso da extinção dos dinossauros em sua teoria mais aceita pela comunidade científica.Meteorito de Chelyabinsk, que feriu cerca de 1.500 pessoas e danificou mais de 7.000 casas na Rússia em fevereiro de 2013. / Andrey Tkachenko/Reuters
Outro caso mais recente ocorreu em novembro de 2021, quando o asteroide 2021 UA1 foi identificado horas após passar razoavelmente próximo a satélites em órbitas geoestacionárias, a apenas 3 mil km de altitude da Terra.
Muitos asteroides como 2023 NT1 que voam em direção à Terra não são facilmente detectados pelos cientistas pois refletem a luz solar, especialmente objetos considerados pequenos na escala do espaço.
A ESA estima que pode haver 1 milhão de asteroides na mesma faixa de tamanho de 30 a 100 metros voando próximos da Terra. Mais de 98% deles ainda não foram descobertos, segundo a agência espacial.
Asteroides pequenos, com menos de um quilômetro de diâmetro, são chamados de meteoróides. Quando adentram a atmosfera terrestre, passam a ser chamados de meteoros – que podem se fragmentar em meteoros menores, devido ao atrito com o ar, se tornando, então, vários meteoritos.
Assim como o 2023 NT1, ninguém viu o meteoro Chelyabinsk chegando em 2013. Esse fato colocou em pauta a necessidade da criação de tecnologias que possam acompanhar a chegada de objetos próximos ao planeta Terra.
Para isso, a ESA gerencia o projeto Neomir, telescópio que estará localizado entre a Terra e o Sol durante sua missão e atuará “como um sistema de alerta precoce para asteroides de 20 metros ou maiores que não podem ser vistos do solo”, explicou a agência.
Estando situado fora da atmosfera distorcida da Terra e com um telescópio observando na luz infravermelha, Neomir monitorará um anel próximo ao Sol que é impossível de ser observardo a partir do solo terrestre.
Ilustração do observador de asteroides Neomir em órbita. / ESA
“A missão detectará asteróides passando entre a Terra e o Sol – qualquer um que represente uma ameaça e que não possamos ver no momento terá que passar por este anel”, disse a ESA.
O lançamento da missão está previsto para meados de 2030 com um foguete Ariane 6 -2.