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O cão doméstico (Canis lupus familiaris) foi o primeiro animal domesticado pela raça humana há 30 000 anos. Ao longo dos séculos, o animal teve uma linhagem de mais de 400 raças criadas pelo homem com características e códigos genéticos próprios.
No entanto, todas essas raças formam uma única espécie do gênero Canis e vêm de um único animal: o lobo cinzento (Canis lupus), que foi domesticado há 15 000 anos, de acordo com estudos realizados pelo Instituto de Medicina dos EUA (NIH, na sigla em inglês). Aqui estão cinco raças antigas que fazem parte dos principais elos que levaram ao surgimento dos cães atuais.
Cães basenji usam chocalhos para espantar antílopes no Sudão.
Apelidada de "o cão sem latido", a primeira raça da lista é originária da África Central e ainda caça e vive com tribos no Congo, explica um artigo do NIH. O estudo indica que essa raça de cão é considerada pela ciência como a "base da filogenia canina". Há pinturas rupestres da 12ª Dinastia do Egito que mostram figuras de cães semelhantes ao Basenji.
Sua chegada ao mundo ocidental data de 1843, segundo o estudo do NIH, a partir de uma pintura Exquimaux, Niger and Neptune, que pertenceu à rainha Vitória e ao príncipe Albert. O cão Niger, resume o NIH, é claramente da raça basenji.
Um mastim tibetano e seu treinador (1912).
Em outra seção, uma análise filogenética baseada na sequência do DNA mitocondrial do mastim tibetano afirma que a raça é a "mais antiga e feroz" do mundo, e faz parte da linhagem de outros cães de grande porte, como o pastor alemão, o são bernardo e o terrier russo. Além disso, o documento do NIH conclui que "o tempo aproximado de divergência entre o mastim tibetano e o lobo cinzento é de 58 000 anos".
Um estudo do NIH afirma que os cães chegaram às Américas antes da chegada de Colombo. Presumivelmente, os animais foram transportados pelos primeiros migrantes humanos da Ásia através do Estreito de Bering. De acordo com a pesquisa filogenética realizada pelo estudo, as raças nativas de inuit, esquimó, cão da Groenlândia, chihuahua, xoloitzcuintle e cão pelado peruano contêm linhagem pré-colombiana em seu DNA.
De acordo com o NIH, os registros arqueológicos e históricos do continente fornecem evidências de que esses cães pré-colombianos faziam parte da cultura nativa das Américas antes da viagem espanhola às Índias no século 15. Esses animais eram usados para caça, transporte de alimentos, mera companhia e até mesmo para fins religiosos e medicinais.
"As evidências arqueológicas mais antigas da presença de cães nas Américas datam de 10 000 a 8500 anos atrás, tornando o cão o único animal domesticado nas Américas por vários milhares de anos", conclui o artigo.
A quarta raça classificada é um espécime que se pensava estar extinto há cerca de 50 anos. O cão cantor da Nova Guiné foi estudado pela primeira vez em 1897 devido à capacidade do animal de emitir sons agradáveis e harmônicos com qualidade tonal, explica um artigo do NIH publicado em 2020. Existem entre 200 e 300 exemplares do animal em cativeiro, e nenhum foi visto na natureza desde a década de 1970.
No entanto, o artigo indica que o animal ainda não está supostamente extinto devido ao surgimento de uma raça cruzada criada pelo homem, a highland wild dog. Essa raça poderia ser a predecessora do cão cantor devido à aparência física semelhante, embora a falta de informações genômicas dificulte a comprovação dessa teoria.
O cão chow-chow, originário da Ásia.
O chow-chow é uma raça antiga de cães que pertence ao grupo dos canídeos mais antigos do leste da Ásia. É um dos elos mais básicos da evolução canina ao longo da história, aparecendo no DNA mitocondrial dos cães com corpos robustos, pelagem densa e língua azulada ou roxa, diz um estudo do NIH dedicado à raça chow-chow.
De acordo com a sequência de DNA, o chow-chow representa uma linhagem basal que se originou com outras raças de cães asiáticos, como o shar pei e o akita. De acordo com o NIH, o animal evoluiu do cão indígena chinês há cerca de 8300 anos.
